COQUELUCHE: Doença que pode levar bebês à morte ronda o RS e médicos emitem alerta para alta nos contágios

O aumento nos casos de coqueluche no mundo está preocupando entidades médicas do Brasil e do Rio Grande do Sul. Até metade de março de 2025, o País já registrou mais de 7 mil casos da doença e, ainda neste ano, RS tem ao menos uma morte causada pela doença confirmada.

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Coqueluche é uma doença respiratória perigosa, principalmente para bebês de até 1 ano | abc+



Coqueluche é uma doença respiratória perigosa, principalmente para bebês de até 1 ano

Foto: Freepik

O alerta é das entidades Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS), a Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS) e a Associação Gaúcha de Otorrinolaringologia (Assogot-CCF).

No total, o Brasil registrou 7.366 casos até 20 de março deste ano. Em 2024, o número de mortes entre crianças de até 1 ano chegou a 27 confirmados. “Foi alarmante”, afirmam.

“O momento exige uma ação conjunta para intensificar a conscientização sobre a patologia, melhorar a cobertura vacinal e assegurar que todos os grupos de risco, como as gestantes e os profissionais de saúde, estejam protegidos”, reitera a AMRIGS.

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Coqueluche: uma doença altamente contagiosa

A coqueluche é uma doença respiratória altamente contagiosa, principalmente em bebês de até 12 meses, e que pode levar à morte. O Ministério da Saúde explica que ela é causada pela bactéria Bordetella Pertussis e tem como principal característica as crises de tosse seca, mas também pode atingir a traquéia e os brônquios.

Para saber mais sobre as vacinas, confira o Calendário Nacional de Vacinação.

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Como a coqueluche é transmitida

A coqueluche é transmitida por gotículas eliminadas por uma pessoa contaminada, pela tosse, espirro e até mesmo ao falar. Ela também pode ocorrer por objetos contaminados com a secreção de infectados, mas é menos frequente, já que a bactéria causadora da doença dificilmente sobrevive fora do corpo humano, alerta a pasta.

Em média, leva de 5 a 10 dias para que os primeiros sintomas apareçam, desde a contaminação, mas pode variar de 4 a 21 e até 42. Inclusive, em estados iniciais, o diagnóstico é difícil, já que os sintomas são parecidos com resfriados e outras doenças respiratórias. Por isso, é importante que exames sejam feitos.

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Bebês com menos de 1 ano são grupo de risco

É preciso ter atenção redobrada com os bebês menores de 1 ano, principalmente com os que têm até 6 meses, reitera o Ministério da Saúde. Eles são mais propensos a desenvolver as formas mais graves da doença, muitas vezes letais.

Os sintomas delas incluem: crises de tosse, dificuldade para respirar, sudorese e vômitos. Apneia, parada respiratória, convulsões e desidratação, decorrentes dos episódios repetidos de vômitos também podem ocorrer.

Para estes bebês, o tratamento adequado exige que eles sejam hospitalizados em isolamento, com vigilância permanente.

Também são consideradas grupos de risco pessoas com condições clínicas pré-existentes, como imunocomprometidos, com asma e outras.

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Prevenir a coqueluche é fácil

A maior forma de prevenção da coqueluche é a vacinação, alertam o Ministério da Saúde, Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm),
AMRIGS, SPRS e Assogot-CCF.

Crianças de até 6 anos devem ser vacinadas contra a doença e a vacinação está disponível no Sistema único de Saúde (SUS), que também oferta para gestantes e todos os profissionais de saúde.

Quais os sintomas da coqueluche

Fase 1 – catarral

A coqueluche começa como um resfriado, com sintomas leves, como:

febre baixa;
mal-estar geral;
coriza;
tosse seca;
Geralmente, as crises de tosses ficam mais intensas com o tempo.

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Fase 2 – paroxística

A fase 2 pode durar de duas a seis semanas e os sintomas são mais intensificados. São eles:

Febre baixa ou picos ao decorrer do dia;
tosse muito forte e incontrolável;
crises súbitas e rápidas que podem causar vômito;
crises podem causar dificuldade para inspirar;
presença de rosto vermelho (congestão) durante crises;
presença de rosto azulado (cianose) durante crises;
som agudo ao inspirar (guincho) durante crises;

Ao começar a melhorar, a pessoa entra na fase de recuperação (convalescença). De acordo com o Ministério da Saúde, a tosse diminui em frequência e intensidade, mas ainda pode persistir por duas a seis semanas ou até por três meses. Ela pode voltar temporariamente caso outras infecções respiratórias contaminem o paciente.

Complicações

A recuperação acontece para a maioria das pessoas sem maiores complicações, mas as formas mais graves podem levar a quadros mais severos. Já em crianças com menos de seis meses, elas são mais graves e podem causar:

infecções de ouvido;
pneumonia;
parada respiratória;
desidratação;
convulsão;
lesão cerebral;
morte.

*Os dados sobre os casos e número de mortes causados pela coqueluche no Brasil foram consultados no painel do Ministério da Saúde, em 20 de março de 2025. 

 

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