Fechado desde a enchente de maio de 2024, o Colégio Estadual Tereza Francescutti, localizado no bairro Mathias Velho, em Canoas, segue sem previsão de reabertura. Na manhã deste sábado (15), a comunidade escolar mobilizou um protesto pacífico em frente ao prédio, situado na Avenida Rio Grande do Sul. Durante o ato, alunos, ex-alunos, pais e moradores da região protestaram contra a falta de informações sobre o que será feito na escola e a demora para o início das obras de recuperação do espaço.
Foto: Taís Forgearini/GES-Especial
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“Queremos a nossa escola de volta. Ela é a única estadual [em Canoas] que não retornou. Exigimos medidas efetivas do governo do Estado. É um descaso total com a educação. A prioridade com o ensino ficou só no discurso”, reclama Priscila Souza, mãe de um aluno do 6º ano.
Desde setembro, as turmas de ensino fundamental, ensino médio e de Educação de Jovens e Adultos (EJA) passaram a ter aulas presenciais na Escola Estadual de Ensino Médio (EEEM) São Francisco de Assis. Anteriormente, os alunos ficaram quatro meses com atividades no formato remoto.
“Eles foram realocados temporariamente, mas o provisório já completou seis meses. Faço parte de um grupo de mães, lá, compartilhamos e atualizamos a situação dos alunos. A maioria relata que os estudantes não se adaptaram ao espaço cedido na São Francisco. Chegou até a faltar água nesta escola. No pico do calor, as crianças passaram até mal”, revela Jordana de Lima Rodrigues, ex-aluna e mãe de dois alunos do Tereza Francescutti.
Foto: Taís Forgearini/GES-Especial
Josiane Marchese, tia de dois alunos, relata a dificuldade do deslocamento dos estudantes.
“Ficou mais longe para todo mundo. Meus sobrinhos têm reclamado da distância e também da adaptação. Os professores fazem o que podem, mas, a meu ver, toda essa incerteza sobre a reabertura do Tereza Francescutti prejudica o aprendizado dos alunos”, desabafa.
O protesto com cerca de 200 pessoas durou uma hora e meia. O grupo afirma que seguirá mobilizado.
Reunião marcada
Em resposta ao protesto, a direção do Tereza Francescutti informou que será realizada uma reunião com a comunidade escolar nesta sexta-feira (21), às 18 horas, nas dependências da EEEM São Francisco de Assis.
Segundo a direção da escola, o encontro será para ouvir e sanar dúvidas da comunidade sobre o projeto final, que possui previsão de entrega em maio.
O que diz a Seduc
Por meio de nota, a Secretaria da Educação do Rio Grande do Sul (Seduc) informou que o Colégio Estadual Tereza Francescutti será recuperado. No entanto, a pasta não detalhou se o prédio será demolido ou reformado.
O comunicado afirma que o estudo conceitual do anteprojeto está previsto para ser entregue no final de março de 2025 para posterior tramitação dos demais processos necessários para o começo da obra de reconstrução.
Confira na íntegra a nota do Estado
“A Escola Tereza Francescutti, localizada em Canoas, RS, bastante afetada pelas enchentes de maio de 2024, será recuperada. E, dentro da estratégia da Secretaria da Educação para garantir infraestruturas escolares sustentáveis e resilientes, que sejam capazes de resistir e operar eficientemente diante de condições adversas, mitigando impactos na comunidade escolar, a pasta tem realizado escutas com a comunidade escolar e especialistas. Esta é, também, uma forma de entender as especificidades da região em que a escola está localizada.
O estudo conceitual do anteprojeto está previsto para ser entregue no final de março de 2025 para posterior tramitação dos demais processos necessários para o começo da obra de reconstrução. Destaca-se ainda que a comunidade escolar está sendo comunicada periodicamente sobre atualizações do projeto.
O governo do Estado reitera que somente oito escolas, das mais de 600 que foram danificadas nas enchentes de maio de 2024, ainda não funcionam em prédios próprios. Isso comprova que a Educação é uma das prioridades do governo, que já investiu mais de R$ 180 milhões desde o começo dos eventos meteorológicos de 2024.
Os valores, que integram o Plano Rio Grande, foram divididos em reposição de mobiliário, parcelas extras de autonomia financeira, repasses para merenda, equipamentos e obras nas escolas que registraram danos de infraestrutura, além das parcelas eventuais de Agiliza. Na Educação, o propósito do Estado é cuidar do futuro do estudante, do professor e da sociedade, tornando o Rio Grande do Sul ainda mais forte e resiliente.”