Arezzo e Soma negociam desfazer fusão de oito meses atrás; ações da Azzas 2154 despencam

Consolidada há oito meses, a fusão dos grupos Arezzo e Soma pode entrar em processo de “divórcio” nas próximas semanas. O mercado foi surpreendido nesta sexta-feira (14) com a informação de que Alexandre Birman e Roberto Jatahy já estariam se movimentando para dar fim à Azzas 2154. Uma das principais operações do conglomerado de moda fica em Campo Bom.

Roberto Jatahy e Alexandre Birman | abc+



Roberto Jatahy e Alexandre Birman

Foto: Nicolas Calligaro

Os rumores tiveram impacto direto nas ações da Azzas, que despencaram 10% nesta sexta-feira. Somente a Natura teve desvalorização maior no dia. Mesmo assim, o Ibovespa emendou sequência vencedora nas três últimas sessões, o que assegurou ganho de 3,14% para o índice na semana. Somente nesta sexta a alta foi de 2,64%, aos 128.957,09 pontos.

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Sites especializados informaram ao longo da tarde que tanto Birman quanto Jatahy nomearam assessores jurídico e financeiro para cuidarem da transação. O desfecho deve ser demorado, dada a dimensão do negócio que deu origem à Azzas. CEO da Azzas, Birman é assessorado pelo Morgan Stanley e pelo Spinelli Advogados.

A tendência é que Arezzo e Soma não voltem às condições de antes da fusão. A Hering, por exemplo, que era do Grupo Soma, deve ficar com a Arezzo após a cisão. Um caminho que pode vir a ser negociado é a aquisição, por Birman, das ações de Roberto Jatahy. A questão é como ele financiaria isso. Jatahy já disse que só negocia por valor acima da tabela.

Além da relação difícil e dos modelos diferentes de gestão, o que desgastou a relação entre os dois milionários foi o resultado da companhia no quarto trimestre do ano passado, o primeiro de integração. A Azzas queimou caixa, aumentou dívida e, desconsiderando impostos, teve prejuízo. A ação derreteu 12% na quarta-feira, mas recuperou 5% na quinta. Na sexta caiu mais 10%.

A fusão de Arezzo&Co e Soma foi anunciada em fevereiro do ano passado e concluída em agosto, quando passaram a ser uma única empresa em bolsa. A Azzas é avaliada hoje na B3 em R$ 4,96 bilhões, com a ação a R$ 24. Em agosto, passava de R$ 50.

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