Na China, arqueólogos descobriram um túmulo de 2.200 anos com os restos de uma mulher com dentes vermelhos pelo uso de cinábrio, sendo o primeiro caso documentado do material na pigmentação de dentes. Isso rendeu à mulher o apelido de “Princesa da Rota da Seda”.
Isso porque os arqueólogos descobriram o esqueleto e o crânio no cemitério Shengjindian, na cidade de Turpan, na região de Xinjiang. Turpan, bem como Xinjiang, foi uma importante área do noroeste da China para a Rota da Seda. Os arqueólogos encontraram o crânio da “Princesa” durante escavações no local em 2007.
O túmulo tinha quatro indivíduos, mas chamou a atenção dos arqueólogos pela pelos dentes vermelhos da mulher, que tinha entre 20 e 25 anos.
Os arqueólogos publicaram os resultados das análises dos dentes vermelhos em um estudo no dia 24 de fevereiro, confirmando que a substância responsável pela pigmentação era o cinábrio.
Por que a “Princesa Vermelha da Rota da Seda” tinha os dentes vermelhos?
De acordo com as análises, o cinábrio foi misturado com proteína animal — possivelmente gema ou clara de ovo –, para fixar a coloração vermelha.
Além disso, os arqueólogos suspeitam que a mulher pertencia à elite social, batizando-a de “Princesa Vermelha da Rota da Seda” em alusão à “Rainha Vermelha”. A Rainha Vermelha é o nome dos restos mortais de uma mulher da nobreza maia cujo corpo foi encontrado coberto de cinábrio em uma tumba nas ruínas de um antigo templo.
No caso da China, o crânio da princesa de dentes vermelhos data de um período de grande circulação de mercadorias na Rota da Seda, incluindo o cinábrio.
Vale ressaltar que o cinábrio é um mineral tóxico composto de mercúrio e enxofre. Na antiguidade, a extração de cinábrio ocorria em diferentes lugares da China e da Europa, circulando pela Rota da Seda.
No entanto, a região de Xinjiang não possui jazidas naturais de cinábrio, indicando a importação do mineral. As principais fontes de cinábrio na China ficam nas províncias de Hunan e Sichuan.
Xinjiang fica a 3,5 mil quilômetros de Hunan, reforçando a hipótese aristocrática ou religiosa da “Princesa Vermelha da Rota da Seda”.
Contudo, os arqueólogos ainda não descobriram o motivo pelos dentes vermelhos da “Princesa Vermelha da Rota da Seda”. A descoberta levanta mais perguntas do que respostas. Por isso, os pesquisadores sugerem expandir o estudo para analisar crânios de sepulturas no mesmo cemitério.
Desse modo, as análises genéticas podem revelar informações importantes sobre a linhagem da “Princesa Vermelha da Rota da Seda” e seu papel na sociedade.
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