Dia do Brega: ritmo nascido na periferia da Amazônia rompe fronteiras e mostra que o futuro do pop está no Norte


A cena do brega tem se fortalecido com a premiação da Gaby Amarantos no Grammy Latino, o estouro nacional de Manu Bahtidão, e figuras como Pabllo Vittar levando o ritmo a toda América Latina. Gaby Amarantos, vencedora do Grammy Latino 2023; Zaynara e Pabllo Vittar; Manuh Batidão: tecnobrega vive ‘boom’
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Surgido nas quebradas de Belém, o brega superou preconceitos, foi alçado a Patrimônio Cultural e Imaterial do Pará e ganhou uma data especial só para ele. Nesta sexta-feira (26), o Dia da Música Brega é celebrado no Estado e mostra que o ritmo tem chegado cada vez mais longe. A cena tem se fortalecido com a premiação da Gaby Amarantos no Grammy Latino, o estouro nacional de Manu Bahtidão, e figuras como Pabllo Vittar levando o ritmo a toda América Latina.
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“O tecnobrega é o novo pop do Brasil. É a nossa cultura. Quem cresceu na periferia do Pará, então, sabe que é a música que mais toca. Não tem como pensar cultura o Norte sem considerar essa cena, que precisa ser valorizada e tem potencial para se tornar música popular do Brasil, como o funk, como samba”, declara Gerson Dias, produtor cultural que desponta na cena nacional à frente do Festival Psica, voltado ao protagonismo da cultura preta e periférica da Amazônia.
Grande tendência de 2024, o tecnobrega, surgiu em Belém na década de 2000, misturando música eletrônica com pop e gêneros regionais, como o brega, o calipso e o carimbó. Com músicas produzidas a partir de beats de programas de computador e gravadas em CDs “piratas”, o tecnobrega forjou seu próprio modelo de negócio e de distribuição, dando forma ao maior mercado cultural da região Norte, que movimenta uma cena de produtores, empresários, DJs, carregadores de aparelhagens e artistas.
“Eu acho o tecnobrega algo muito internacional. Então tem que ser exportado para outras regiões do Brasil e também do mundo”, declara Pabllo Vittar.
Pabllo tem conquistado o continente com seu mais recente disco, “Batidão Tropical” Vol 2, repleto de versões de hits do tecnobrega do Pará. “Eu amo! Da minha infância até os 14 anos, eu morei no Pará, em Santa Isabel. Então eu consumia muito Tecnoshow, Banda Ravelly, Calypso, aparelhagem. Eu era criança, não podia ir nos shows, mas eu ouvia muito”, relembra a artista, nascida no Maranhão.
‘Batidão Tropical’ de Pabllo celebra a música do Norte: versão de sucesso do brega paraense cai no gosto do Brasil
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O single “Ai Ai Ai Mega Príncipe”, alcançou a posição #34 da plataforma Spotify em menos de 48 horas após o lançamento e tem o feito o Brasil fazer o “P” – e não é de Pabllo Vittar. “Gravei ‘Mega Príncipe’ e todo mundo ficou perguntando: o que é fazer o ‘P’?”, conta. “Então esse trabalho é legal porque instiga as pessoas a irem atrás, a voltarem a atenção para os artistas do Norte”, diz ela, fã da Mega Príncipe, que foi uma das maiores aparelhagens de Belém nos anos 2000. Comandada pelos DJs Edilson e Edielson, a aparelhagem marcou a história das festas nas periferias paraenses.
“Batidão Tropical” traz a participação de artistas paraenses como Gaby Amarantos, Maderito e Will Love. “Fiz questão de trazer para o disco esse sotaque da Pará, esse flawor paraense”, detalha.
Zaynara e Pabllo mostram a potência do brega em novos trabalhos
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Entusiasta da cena musical do Norte, Pabllo também acaba de gravar “Quem Manda Em Mim”, um feat com Zaynara, que desponta como a maior representante do beat melody, vertente do tecnobrega. A música, que fez sucesso nas redes sociais e projetou Zaynara nacionalmente com uma performance no Festival Psica, em 2023, ganha nova versão com clipe ao lado da drag queen.
“Eu amo Zaynara! Ela tem um potencial e um talento incrível. A conheci ano passado e fiz todos os meus amigos se viciarem nela. Ela é uma princesa”, declara-se.
No auge, Pabllo se prepara para trazer a Belém, pela primeira vez, a turnê do novo disco, em dezembro, no Festival Psica. “É claro que eu teria que levar esse show para Belém. Este álbum é uma expressão que fez parte da minha infância, da minha arte e da minha jornada como artista. Cada batida, cada letra, é uma parte de mim e estou muito feliz em poder compartilhar com meus fãs toda a energia e paixão que coloquei neste projeto. Preparem-se para dançar, celebrar e se apaixonar, porque este álbum é a cara do Brasil”, diz Pabllo Vittar.
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A banda “Os Brothers” faz parte do panteão do tecnomelody do Pará
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💥Mistura de pop e brega
Lenda do tecnomelody, a banda “Os Brothers” é dona de vários clássicos que todo paraense sabe de cor, como “Hoje eu tou solteira”, “Rainha” e “A distância”. Atração confirmada no Psica 2024, o grupo tem mais de 20 anos de estrada, e circula por casas de shows do Pará, Amapá e Maranhão, e em países como Suriname e Guiana Francesa.
“A banda ‘Os Brothers’ está no panteão do tecnobrega junto com Banda AR-15, Tonny Brasil, Fruto Sensual, Viviane Batidão. Então nada mais justo do que tê-los no festival”, diz Gerson.
Fundada nos anos 2000 por Davison Martins, o Marth, a banda entrou para a história do tecnomelody ao combinar letras românticas com os beats acelerados do pop – uma parceria irresistível. “A gente se apresenta por outras regiões, outros países, e a galera não fica parada”.
A banda promete levar essa receita infalível para o show do festival, uma vitrine para a região Norte e para o Brasil. “A gente há muito tempo desejava participar do Psica. Tocar em um festival dessa proporção é uma imensa satisfação. A gente sempre esteve preparado e agora chegou nossa hora. Viva a nossa cultura!”, celebra.
Serviço:
Festival Psica 2024: dias 13, 14 e 15 de dezembro, na Cidade Velha e no Estádio do Mangueirão, em Belém. Os ingressos à venda.
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