Taurina: aliada ou vilã da saúde cardíaca? Estudo responde

Pesquisa desafia a crença amplamente difundida de que a taurina tem apenas efeitos benéficos sobre o sistema cardiovascular – Valtteri/Depositphotos

E se um suplemento amplamente recomendado para a saúde do coração pudesse, na verdade, aumentar o risco de um ataque cardíaco? Essa hipótese intrigante surge a partir de uma recente pesquisa que investiga os efeitos da taurina, um aminoácido popular encontrado em bebidas energéticas e suplementos alimentares.

Apesar de sua fama como potencial protetor cardiovascular, cientistas agora alertam para um efeito colateral inesperado: a taurina pode desestabilizar placas ateroscleróticas, tornando-as mais propensas a se romperem e, consequentemente, aumentando os riscos de infarto e derrame em certos cenários.

O estudo que desafia o consenso

Publicada no Journal of Exploratory Research in Pharmacology, essa pesquisa desafia a crença amplamente difundida de que a taurina tem apenas efeitos benéficos sobre o sistema cardiovascular.

O estudo, conduzido por cientistas de diversas instituições em Nanquim, China, revelou que, embora a taurina tenha reduzido o tamanho das placas arteriais em camundongos, paradoxalmente, também comprometeu sua estabilidade. O risco está justamente na maior propensão dessas placas a se romperem, o que pode levar a eventos cardiovasculares graves.

O perigo oculto das placas ateroscleróticas

A aterosclerose é uma das principais causas de morte no mundo, caracterizando-se pelo acúmulo de placas de gordura nas artérias. Essas placas podem endurecer e estreitar os vasos sanguíneos, prejudicando a circulação para órgãos vitais. No entanto, o verdadeiro perigo ocorre quando essas placas se tornam instáveis e se rompem, desencadeando ataques cardíacos e derrames.

Na pesquisa, foram analisadas amostras de sangue de 145 indivíduos, entre saudáveis e pacientes com diferentes estágios de doença arterial coronariana. O achado mais curioso foi que pacientes em meio a um ataque cardíaco apresentavam níveis significativamente elevados de taurina no sangue em comparação aos demais grupos.

Descobertas surpreendentes

Para aprofundar essa relação, os pesquisadores utilizaram camundongos geneticamente modificados para desenvolver aterosclerose. Esses roedores foram submetidos a condições que aceleraram a formação de placas nas artérias e, em seguida, tratados com taurina por quatro dias.

Os resultados foram reveladores: embora a suplementação tenha reduzido o tamanho das placas arteriais, também comprometeu sua integridade. As placas tratadas apresentaram menor quantidade de colágeno e menos células musculares lisas — ambos essenciais para manter a estabilidade da estrutura. Além disso, foi observada uma maior atividade de enzimas que degradam o colágeno, enfraquecendo ainda mais as placas.

Implicações para o uso da taurina

Com o uso disseminado da taurina em suplementos e bebidas energéticas, essas descobertas levantam um alerta importante. Embora pesquisas anteriores tenham sugerido que a taurina pode ajudar na prevenção da aterosclerose a longo prazo ao reduzir os níveis de colesterol, esse novo estudo indica que sua suplementação de curto prazo pode ter efeitos opostos e perigosos.

Diante dessas evidências, especialistas recomendam uma abordagem mais cautelosa no consumo de taurina, especialmente para indivíduos com doenças cardiovasculares. Profissionais de saúde devem monitorar com atenção pacientes que fazem uso desses suplementos, garantindo que os potenciais riscos não sejam negligenciados.

Outras dicas de Saúde na Catraca Livre 

A dengue está entre as doenças virais transmitidas por mosquitos mais comuns em todo o mundo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), é endêmica em mais de 100 países e causa cerca de 390 milhões de infecções a cada ano.

Embora muitas infecções sejam assintomáticas ou produzam apenas doenças leves, a dengue pode ocasionalmente causar doenças mais graves e até morte. Conheça os sintomas e saiba o que fazer. 

Adicionar aos favoritos o Link permanente.