Estudo alerta para condição de saúde que aumenta risco de demência em 60%

Pesquisa destaca que a estabilidade do colesterol pode ser um fator relevante para a saúde cognitiva e prevenção da demência

Uma pesquisa publicada na revista Neurology revelou que oscilações nos níveis de colesterol em idosos podem elevar em 60% o risco de desenvolver demência. O estudo, conduzido por neurologistas da Universidade Monash, na Austrália, analisou quase 10 mil pessoas com média de 74 anos ao longo de cinco anos.

Os resultados mostraram que participantes com maiores flutuações no colesterol, independentemente de ser para mais ou para menos, tiveram uma taxa de 11,3 diagnósticos de demência por mil pessoas/ano. Já aqueles com níveis mais estáveis registraram 7,1 casos por mil pessoas/ano.

Os pesquisadores destacam que a estabilidade do colesterol pode ser um fator tão relevante quanto os valores absolutos para a saúde cognitiva. Além disso, variações no LDL, conhecido como colesterol “ruim”, também foram associadas a um maior risco de comprometimento cognitivo leve.

Monitoramento do colesterol pode ajudar na prevenção

A médica Zhen Zhou, autora principal do estudo, sugere que o controle regular do colesterol pode ser um biomarcador para identificar idosos com maior risco de demência. Monitorar e estabilizar os níveis por meio de mudanças no estilo de vida ou medicações pode ser uma estratégia eficaz para preservar a função cerebral.

O estudo reforça a importância do acompanhamento da saúde cardiovascular como parte dos cuidados preventivos para evitar o declínio cognitivo na terceira idade.

Fatores que influenciam os níveis de colesterol

Alimentação

Consumo excessivo de gorduras saturadas e trans (presentes em carnes gordurosas, frituras e ultraprocessados) eleva o LDL (“colesterol ruim”). Alimentos ricos em fibras (aveia, frutas, vegetais) ajudam a reduzir o colesterol ruim.

Sedentarismo

A falta de atividade física pode aumentar o LDL e reduzir o HDL (“colesterol bom”). Exercícios aeróbicos, como caminhada e corrida, ajudam a equilibrar os níveis.

Peso corporal

O excesso de peso, especialmente a gordura abdominal, está associado a altos níveis de LDL e triglicerídeos, além de menor HDL.

Tabagismo

Fumar reduz o HDL e favorece o acúmulo de placas nas artérias, aumentando o risco de doenças cardiovasculares.

Consumo de álcool

O consumo moderado pode aumentar o HDL, mas em excesso eleva os triglicerídeos e pode comprometer o fígado.

Genética

Algumas pessoas têm predisposição genética para colesterol alto, mesmo com uma alimentação equilibrada.

Idade e hormônios

Com o envelhecimento, os níveis de colesterol tendem a aumentar. Em mulheres, a queda do estrogênio na menopausa pode elevar o LDL.

Doenças e condições médicas

Diabetes, hipotireoidismo, doenças renais e hepáticas podem interferir nos níveis de colesterol.

Uso de medicamentos

Corticosteroides, diuréticos e betabloqueadores podem afetar os níveis de colesterol.

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