O preço de uma noite mal dormida: como a falta de sono bagunça suas emoções

Não é de hoje que sabemos que o sono é essencial, mas a ciência tem reforçado o quanto negligenciá-lo pode ser perigoso  – iStock/PonyWang

Se fosse apenas cansaço, dormir pouco até seria um problema menor. Mas a falta de sono vai além: ela mina o humor, dispara a ansiedade e altera completamente a forma como processamos emoções. Essa é a conclusão de uma análise robusta publicada no Psychological Bulletin, da American Psychological Association.

Para chegar a essa descoberta, cientistas vasculharam mais de meio século de pesquisas sobre sono e bem-estar. A revisão sistemática englobou 154 estudos e 5.715 voluntários, todos submetidos a diferentes formas de interrupção do sono. Alguns ficaram acordados a noite inteira, outros tiveram o descanso reduzido e um terceiro grupo foi constantemente despertado.

O resultado? Independentemente do tipo de privação, o impacto foi claro: menos alegria, mais irritabilidade e um aumento significativo nos sinais de ansiedade e estresse. A frequência cardíaca subiu, as preocupações se intensificaram e até sintomas de depressão ficaram mais evidentes.

Dormir pouco pode estar sabotando seu dia (e sua vida)

Não é de hoje que sabemos que o sono é essencial, mas a ciência tem reforçado o quanto negligenciá-lo pode ser perigoso. Estima-se que cerca de 30% dos adultos e 90% dos adolescentes não dormem o suficiente, o que os torna mais vulneráveis a oscilações de humor e dificuldade de concentração.

Mas afinal, qual é a quantidade ideal de sono? A resposta não é tão simples. Segundo a neurologista Letícia Soster, do Grupo Médico Assistencial do Sono do Hospital Israelita Albert Einstein, o tempo necessário varia de pessoa para pessoa. “O ideal é aquele em que você acorda e se sente bem no dia seguinte. Em média, varia entre 7 e 8 horas, mas não é uma regra fixa”, explica.

O humor é a primeira vítima de noites mal dormidas. Irritação, impaciência e dificuldade em lidar com desafios se tornam frequentes. Além disso, a memória e a atenção também sofrem um golpe – um problema sério em um mundo onde estar alerta é essencial.

A dica de ouro? Priorize seu descanso. “Sono não é algo que dá para recuperar depois”, alerta Soster. Respeitar o próprio ritmo e garantir noites bem dormidas não é luxo – é necessidade.

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