NASA revela que asteroide Bennu tem 16 mil elementos para formar vida

O asteroide Bennu, cujas amostras chegaram à Terra em 2023 a bordo da sonda OSIRIS-REx, da NASA, contém muitos dos elementos essenciais para a formação de vida.

Em um estudo publicado nesta quarta-feira (29), cientistas da NASA encontraram aminoácidos e compostos químicos presentes no DNA humano.

As amostras do Bennu sugerem que os materiais essenciais para a vida estiveram presentes em abundância no Sistema Solar há 4,5 bilhões de anos.

“A descoberta é muito empolgante porque indica que asteroides como o Bennu já agiram como enormes fábricas químicas no espaço e podem ter sido responsáveis pelos elementos básicos essenciais para a vida na Terra e em outros planetas do nosso Sistema Solar”, afirma Daniel P. Glavin, cientista da NASA e principal autor do estudo.

No estudo, os cientistas revelam que as amostras do asteroide Bennu continham 16 mil tipos de moléculas orgânicas.

Aminoácidos do asteroide Bennu. Imagem: NASA/Reprodução

Das principais moléculas, o Bennu tinha 16 aminoácidos que as nossas células usam para criar proteínas, bem como as quatro unidades necessárias (nucleobases) para formar o nosso DNA.

As amostras do Bennu forneceram pistas cruciais sobre a formação do asteroide e como seus aminoácidos e nucleobases se desenvolveram.

Desse modo, os cientistas concluíram que o asteroide era parte de um objeto muito maior, com quase 100 quilômetros de diâmetros. Bennu fazia parte de um corpo celeste que se formou na periferia do Sistema Solar, para além da órbita de Júpiter.

Origem do Bennu explica presença de elementos essenciais para vida 

Apesar de sua distância do Sol, o objeto que Bennu já foi parte continha elementos radioativos, gerando uma temperatura ambiente.

Essa temperatura fez o gelo derreter, se tornando uma salmoura que preencheu câmaras ocultas, criando túneis subterrâneos no objeto. Tais condições permitiram que amônia e outros compostos se transformassem em aminoácidos e nucleobases.

Os cientistas acreditam que o astro continuou no mesmo estado por alguns milhões de anos até perder o calor radioativo. A amônia agiu como um composto anticongelante, ajudando a manter a salmoura em estado líquido.

Eventualmente, um distúrbio do campo gravitacional de Júpiter arremessou o corpo celeste originário do asteroide Bennu para fora de sua órbita, caindo entre Marte e a Terra.

Em seguida, um impacto despedaçou o objeto em pedaços menores. Em algum momento dos últimos 65 milhões de anos, esses pequenos pedaços se juntaram e formaram uma pilha flutuante de rochas.

Imagem: NASA/Reprodução

Essa pilha flutuante é o asteroide Bennu, com a maior quantidade de elementos essenciais para formar vida entre todos os asteroides da história.

Segundo estudo identifica mais elementos no asteroide

As descobertas do estudo mostram que a história do asteroide Bennu é um indicativo de que condições eram ideais em boa parte do Sistema Solar para o desenvolvimento de moléculas essenciais para a formação de vida.

Cientista da NASA analisa amostras do asteroide. Imagem: NASA/Reprodução

Além disso, por falar em estudo, a mesma equipe publicou um segundo estudo, também nesta quarta-feira (29), revelando a descoberta de sais e minerais cruciais para formação de vida em amostras do asteroide Bennu.

O estudo enfatiza que esses elementos nunca foram identificados em amostras de asteroides e destacam o papel da água no Bennu. As primeiras análises da NASA confirmaram que o asteroide tinha evidências de carbono e água.

Em junho, como revelamos aqui no Giz, a NASA descobriu que Bennu pode ter sido parte de um planeta com oceano.

Agora, as descobertas dos dois estudos, apresentadas em uma coletiva de imprensa nesta quarta-feira (29), são “revolucionárias para a ciência”, segundo a NASA.

“Ambos os estudos mostram que o Bennu era muito um lugar muito mais complicado e interessante do que provavelmente acreditávamos até os últimos seis meses”, afirmou Tim McCoy, principal autor do segundo estudo.

Além disso, McCoy acredita que ainda há muito mais para ser descoberto no asteroide. A equipe da NASA responsável por estudar as amostras do Bennu continuará investigando o asteroide em busca de compostos mais complexos.

No entanto, os cientistas afirmam que será difícil encontrar evidências que confirmem a existência de vida completa no asteroide. Isso porque o pouco tempo de aquecimento – alguns milhões de anos – não foi suficiente para gerar células primitivas.

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