Entenda como a história do surfe gaúcho passa por Tramandaí; veja fotos

Quem pensa que a história do surfe no Rio Grande do Sul começou na orla ou diretamente no mar está enganado. O berço dessa história se encontra a apenas 1,3 quilômetro da Plataforma Marítima de Tramandaí, na Avenida Rubem Berta, onde funciona a Proibt Wave.

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A história do surfe gaúcho passa por Tramandaí

Foto: Joceline Silveira/GES-Especial

Fundada há quase 40 anos por três irmãos, a loja se tornou um ponto de referência para o esporte no estado, reunindo um acervo com mais de 2 mil pranchas e sendo uma testemunha das transformações do litoral e do surfe.

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A trajetória do negócio começou na década de 1980, quando Sérgio Augusto Antunes e seus dois irmãos começaram a reparar pranchas de surfistas que frequentavam o Litoral Norte. “Em 1979, meu pai foi contratado para trabalhar como zelador da Plataforma. Naquela época, eram menos de dez os surfistas que usavam o local para pegar onda. E meu pai vivia discutindo com os caras lá embaixo, porque atrapalhavam os pescadores, cortavam as linhas, e isso gerava muitas brigas”, relembra Sergio, hoje com 63 anos.

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A história do surfe gaúcho passa por Tramandaí

Foto: Joceline Silveira/GES-Especial

Natural da cidade de Alegrete, a família desconhecia o surfe, esse “esporte estranho” que atraía a atenção de algumas pessoas que se equilibravam sobre pranchas. No entanto, foi ali, na Plataforma Marítima, que a história da família mudou.

“Naquela época a gente era ‘gurizão’ e não entendíamos nada de surfe, mas foi assim que conhecemos a turma que praticava o esporte. Começamos a fazer alguns reparos e, aos poucos, mais gente começou a procurar nosso serviço. Com o tempo, começaram a aparecer consertos bem mais complicados, como pranchas quebradas ao meio – coisas sinistras. Foi então que pensamos: Se conseguimos consertar essas pranchas, também podemos fabricar as nossas próprias”, relembra.

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Foto: Joceline Silveira/GES-Especial

Tudo começou de maneira improvisada, no fundo do quintal de uma casa alugada. No galpão de 50 metros quadrados os irmãos aprenderam a fabricar as pranchas em 1988.e comeram a ficar conhecidos. “As pessoas começaram a vir de longe, porque fomos pioneiros, porque não tinha quem fazia isso aqui. Tinha loja lá em Porto Alegre, depois em Torres, mas entre o Vale do Sinos e o Litoral Norte, eram os únicos”, relembra. “O Vale do Sinos tinha muitos surfistas (no final dos anos 80), porque era a época que o calçado estava em alta”.

Após mais de 30 anos no ramo de fabricação de pranchas, o shaper (construtor das pranchas de surfe) gaúcho se aposentou desse processo há dez anos. Hoje, ele dedica seu tempo ao conserto das pranchas e à administração da loja, que também oferece roupas e acessórios para quem já pratica o esporte ou está começando. Além disso, Sérgio orienta os surfistas sobre os equipamentos mais adequados e os melhores picos de surfe da região. “No trecho perto da Estação Verão Sesc é pico para quem tá começando, já os experientes, o local é perto da Plataforma, um dos principais picos do litoral gaúcho”, informa.

Acervo preserva relíquias do surfe

Entrar na Proibt Wave, é uma verdadeira viagem no tempo pela história do surfe. O estabelecimento guarda pranchas de diversas épocas, sendo algumas relíquias que remontam aos primórdios do esporte. No teto, estão suspensas as mais antigas, de fibra de vidro com resina, fabricadas na década de 1970.

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A história do surfe gaúcho passa por Tramandaí

Foto: Joceline Silveira/GES-Especial

Próximo à entrada estão os tesouros do acervo: uma prancha de madeira do tipo Alaia, utilizada nos anos 1950,antes da popularização dos modelos de fibra.



Mais adiante, uma prancha branca com detalhes em tons de azul e quatro círculos que lembram os anéis olímpicos chama a atenção. Trata-se da mais recente aquisição de Antunes – uma prancha da marca australiana Rip Curl, que pertenceu ao surfista brasileiro Gabriel Medina, medalhista de bronze nos Jogos Olímpicos de Paris 2024.

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