Secretário de Segurança do RJ admite que possa haver agentes do Estado vazando informações para facções

Victor Santos comentava sobre a Operação Conexão Perdida, deflagrada contra traficantes do Terceiro Comando Puro (TCP). Secretário de Segurança do RJ admite que possa haver agentes do Estado vazando informações para facções
O Secretário de Segurança do Rio de Janeiro, Victor Santos, admitiu em entrevista ao programa Estúdio i, nesta quarta-feira (29) a possibilidade de haver infiltrados do crime organizado no Estado, vazando informações para as facções. Ele atribui isso à capacidade de corrupção que o crime organizado possui.
“Olha, a gente sabe que a capacidade de corrupção dessas organizações criminosas, até pela movimentação de recursos que eles têm, é grande. Seria ingênuo dizer que é impossível que essas organizações venham a corromper alguma pessoa do próprio Estado que tenha acesso a informações de operações.”, disse o secretário.
O secretário falou isso quando comentava sobre a Operação Conexão Perdida, deflagrada hoje por policiais civis do Rio de Janeiro e do Espírito Santo. A ação mira traficantes do Terceiro Comando Puro (TCP) capixabas.
A facção estabeleceu, no Complexo da Maré, um esquema de extorsão e de lavagem de dinheiro que movimentou R$ 43 milhões em apenas 1 ano. Dez pessoas foram presas: 7 no RJ, incluindo 2 em flagrante, e 3 no ES.
O secretário disse que é “inevitável” evitar vazamentos em operações como essas. “É uma dificuldade muito grande de você operar porque existe um protocolo onde as forças de segurança têm que comunicar a vários órgãos, e a operação acaba vazando. Faz com que esses criminosos venham de outros estados, fiquem escondidos e daqui comandem as suas operações”.
Victor Santos também admitiu que vazamentos de agentes do Estado colocam em risco a vida dos policiais e da população, que fica no meio da troca de tiros. “O criminoso pode fugir, mas ele pode optar por enfrentar a Força de Segurança”, afirmou.
Como não dá para evitar, disse o secretário, o trabalho a ser feito é o de identificar os responsáveis pelos vazamentos e “reprimir com rigor”.
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