Prefeitura volta atrás e desiste de construir residências no bairro São José em Canoas

Após o anúncio da construção de 51 casas dentro do programa estadual A Casa É Sua, no bairro São José, a Prefeitura de Canoas voltou atrás e informou que as residências não será mais instaladas na esquina da rua José Antônio Lucchese Gusmão com a Avenida Farroupilha. 

De acordo com o secretário de Habitação e Regularização Fundiária, Fabiano Siqueira, a decisão foi tomada na noite desta segunda-feira (27). “Vamos encaminhar o investimento para uma área maior, considerando que o Estado nos sinalizou que podemos receber 78 casas, neste local [no bairro São José] o limite seria 51”, afirma. 

FAÇA PARTE DA COMUNIDADE DO DIÁRIO DE CANOAS NO WHATSAPP

Rua José Antônio Lucchese Gusmão - Avenida Farroupilha - A Casa É Sua



Rua José Antônio Lucchese Gusmão – Avenida Farroupilha – A Casa É Sua

Foto: Divulgação/PMC

A nova área ainda não foi informada pela administração municipal. As residências serão destinadas para famílias de pessoas atingidas pelo desastre climático de maio. O projeto prevê 53 metros quadrados de área construída em steel frame, um tipo de estrutura metálica pré-fabricada.

O custo de cada edificação será de R$ 154 mil. A partir do início das obras, ainda sem data, a previsão de conclusão é de 90 dias. 

O programa A Casa É Sua é um convênio entre o governo estadual e os governos municipais. As cidades providenciam o local e a infraestrutura – além de uma contrapartida de 30% do valor aplicado pelo Estado na construção das casas. 

Reclamações da comunidade

Os moradores do bairro chegaram a se reunir em uma comissão e entraram em contato com o Executivo e com os vereadores Erick Douglas e Cris Moraes, alegando questões ambientais, de segurança, educação e transporte. 

Um dos questionamentos é a inexistência de vagas em escolas como a Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Leonel Brizola e Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Marione Leite até para os atuais moradores. O bairro conta também com a Emei Bem-Me-Quer e o Colégio Estadual Miguel Lampert, mas ficam mais afastados. 

SIGA O ABC+ NO GOOGLE NOTÍCIAS!

As demandas não são apenas dos moradores do São José. Os demais bairros da cidade que também vão receber residências – como Olaria, Guajuviras, Fátima e Niterói – necessitam de melhorias nos aparelhos públicos. 

Conforme informado pelo secretário de Habitação, as localidades em que haverá aumento populacional passarão por melhorias. “Todos os bairros que vão receber ou estão recebendo as moradias, estão passando por estudos para suprir a necessidade, tanto de escola, quanto saúde. É natural que tenha essa preocupação”, afirma. 

Problemas na Justiça 

Além das reclamações pela falta de estrutura no bairro, os moradores do São José também alertam sobre os perigos envolvendo tubulações de gás que estão instaladas no local. A alegação inclusive já impediu a construção de outros empreendimentos imobiliários na região. 

De acordo com o Ministério Pùblico (MP), que tratou dos casos em 2017 e 2018, construir moradias próximas aos canos de gás traz riscos para a segurança da população. Além das tubulações no subsolo, as três maiores empresas de engarrafamento e distribuição de gás de cozinha (GLP) estão localizadas a poucos metros do terreno, na Avenida Frederico Ozanan. 

Junto com o perigo do gás, moradores do bairro e poder público alertam também para as redes de alta tensão. 

Adicionar aos favoritos o Link permanente.