BOLO ENVENENADO: Deise Moura dos Anjos assinou comprovante de entrega do arsênio, diz Polícia

Novas informações reiteram as suspeitas da Polícia Civil sobre a autoria de Deise Moura dos Anjos, de 42 anos, no caso do bolo envenenado. A mulher está presa temporariamente desde o dia 5 de janeiro, apontada como a responsável de colocar arsênio no saco de farinha usado pela sogra, Zeli Teresinha dos Anjos, 61, para fazer uma sobremesa que culminou na morte de três pessoas da família na antevéspera do Natal.

Deise Moura dos Anjos | abc+



Deise Moura dos Anjos

Foto: Reprodução

Chefe da Polícia Civil, o delegado Fernando Sodré deu detalhes sobre o caso à reportagem nesta terça-feira (28). Conforme Sodré, a Polícia confirmou que Deise assinou um comprovante da entrega do arsênio.

A encomenda, feita pela Internet e entregue pelos Correios, chegou às mãos da suspeita em dezembro. As autoridades devem esclarecer se este teria sido um pedido único para envenenar o saco de farinha e o suco ingerido pelo filho e pelo marido da suspeita no fim do ano passado.

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A prioridade é esclarecer o caso do bolo envenenado e responsabilizar Deise. Por isso, a Polícia Civil conseguiu estender por mais 30 dias a prisão da mulher, que está detida na Penitenciária Feminina de Torres, para dar mais fôlego à complexa investigação. Depois, a prisão deve ser convertida para preventiva, momento em que as autoridades pretendem concluir o inquérito.

Em paralelo, ocorre ainda a investigação da morte do sogro, Paulo Luiz dos Anjos, falecido em setembro de 2024, que teve o corpo exumado nos primeiros dias de 2025, quando o Instituto-Geral de Perícias (IGP) confirmou a presença do veneno.

Sodré garante que a Polícia ainda quer descobrir qual a origem do site onde Deise fazia compras do veneno e como era feita a venda, se ocorreu pela web, pela deep web ou se o arsênico era “mascarado” por outro produto. No entanto, isso diz respeito a outra investigação envolvendo a moradora de Nova Santa Rita, que deve iniciar após o fim do caso do bolo.

A única certeza que as autoridades possuem é quem era o principal alvo da mulher: a própria sogra, que Deise chamava de “naja”, referindo-se a uma espécie de cobra. “Ela [Deise] aceitava os efeitos colaterais desse fenômeno. Ela queria resolver com a sogra, então o sogro foi envenenado, [depois] a sogra fez o bolo, os parentes faleceram, então é uma coisa muito louca”, diz Sodré.

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O suco de manga

Foi em 17 de dezembro do ano passado, seis dias antes de Zeli levar o bolo de reis envenenado a Torres, que o marido de Deise, Diego Silva dos Anjos, e o filho do casal ingeriram um suco de manga, também envenenado com arsênio.

O delegado Marcos Veloso, responsável pela investigação, explica que o primeiro a consumir a bebida foi Diego. O marido de Deise chegou a ter sintomas do envenenamento, mas que não evoluíram para estágios mais graves, por isso, ele não buscou atendimento médico.

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Ainda naquele dia, o filho pediu ao pai uma torrada acompanhada pelo suco. A criança passou mal pela madrugada, e Deise acompanhou o menino ao hospital. Contudo, a bebida foi mantida na geladeira, o que intriga as autoridades, motivo que deve ser esclarecido no decorrer da investigação.

Amostras do sangue e da urina do menino, do marido e de Zeli foram analisadas na última semana pelo IGP, que comprovou a presença do veneno nas vítimas.

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