Startup de CEO do ChatGPT é proibida de escanear íris no Brasil

A Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) proibiu a Tools for Humanity de seguir coletando dados biométricos de cidadãos brasileiros por meio do Worldcoin. O polêmico projeto do CEO da OpenAI, do ChatGPT, oferece pagamento em criptomoeda em troca do escaneamento da íris, considerada uma informação sensível.

A justificativa da organização é o desenvolvimento da “prova de humanidade”, tecnologia que, em teoria, seria capaz de distinguir seres humanos de robôs em um cenário no qual tecnologias baseadas em inteligência artificial, como o Deep Fake, por exemplo, estão cada vez mais presentes na vida das pessoas.

A Tools for Humanity foi co-fundada por Sam Altman, CEO da OpenAI, empresa que controla o ChatGPT, e, até o momento, já escaneou a íris de 500 mil brasileiros. Em contrapartida, os indivíduos que participaram da coleta receberam 53 tokens WLD, que valem aproximadamente R$ 670.

Segundo a ANPD, o pagamento pela cessão dos dados pode dificultar a obtenção de autorização explícita. A Lei Geral de Proteção de Dados prevê que o fornecimento de informações sensíveis “precisa ser livre, informado, inequívoco e fornecido de maneira específica e destacada, para finalidades específicas”.

O pagamento de valor em criptomoeda é considerado um fator que interfere na livre manifestação deste consentimento. A Agência afirmou que a questão se agrava quando o indivíduo está em situação de vulnerabilidade ou hipossuficiência financeira. Nestes casos, o montante tem papel ainda mais importante na cessão dos dados.

NASA testa combustível que pode levar humanos a Marte em 45 dias

Robô elimina plantas invasoras e insetos-praga que prejudicam a lavoura

Íris traz polêmica com CEO do ChatGPT

Assim como as impressões digitais, cada pessoa possui íris com características únicas que a distinguem das demais do planeta e, por este motivo, é considerada um dado sensível. Uma vez em posse dessa informação, a empresa terá a identificação sobre o indivíduo eternamente.

Muitas pessoas que se cadastraram no projeto compareceram aos endereços de coleta, admitiram que não estariam lá caso não houvesse nenhum pagamento. Além disso, muitas reconheceram não entender muito bem como a Tools for Humanity usará as informações.

Por fim, a empresa se manifestou publicamente sobre o ocorrido. E afirmou que está em comunicação com a ANPD e confiante de que poderá retomar seus serviços em conformidade com a legislação brasileira.

The post Startup de CEO do ChatGPT é proibida de escanear íris no Brasil appeared first on Giz Brasil.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.