O que está por trás de sol artificial criado pela China que pode atingir mais de 100 milhões de graus

Não é um filme de ficção científica. A China acaba de quebrar um novo recorde com o sol artificial, experimento conduzido há cerca 10 anos. O dispositivo conseguiu bater o próprio recorde de funcionamento contínuo enquanto alcança além de 100 milhões de graus Celsius de temperatura. Desta vez, por 1.066 segundos. Mas o que está por trás do megaprojeto?

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Apesar de funcionar de forma similar ao de verdade, o sol artificial não se parece com uma bola de fogo no céu | abc+



Apesar de funcionar de forma similar ao de verdade, o sol artificial não se parece com uma bola de fogo no céu

Foto: Nasa/JPL-Caltech/GSFC/Divulgação

Em 2021, o sol artificial da China havia alcançado 120 milhões de graus, na operação contínua de plasma em altas-temperaturas, durante 1.066 segundos. Já em 2022, a temperatura diminuiu para 70 milhões, embora tenha funcionado por 1.056, o maior tempo do mundo. O experimento é conduzido pelo Instituto de Física de Plasma da Academia Chinesa de Ciências (Asipp).

Apesar do apelido, o Experimental Advanced Superconducting Tokamak (East) não é uma bola de fogo que fica no céu. Ele é um megadispositivo de fusão nuclear que gera energia através de um “processo similar com o do sol”, de acordo com a Academia de Ciências da China (CAS).

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O sol artificial da China explicado: como funciona

O plasma é um estado da matéria diferente dos outros, como os sólidos, gasosos e líquidos. Ele é criado quando um gás neutro é aquecido até que os elétrons sejam liberados dos átomos e moléculas, mudando o estado da matéria, de acordo com o Laboratório de Física de Plasma da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos.

No dispositivo, as reações da fusão acontecem com a matéria em estado de plasma. A CAS explica que, ao fundir átomos de hidrogênio, criando hélio (um gás), o núcleo atômico consegue transformar grandes quantidades de energia em eletricidade.

E, enquanto no sol a fusão acontece naturalmente por conta da força gravitacional massiva, sem ela, é preciso chegar a uma temperatura muito superior a da estrela para conseguir a mesma força e resultado, atingindo mais de 100 milhões de graus, conforme a Agência da Academia Internacional de Energia Atômica (Iaea). 

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Por que produzir um sol artificial?

O objetivo do sol artificial não é substituir o que já existe, mas criar energia limpa, sustentável e inesgotável, que também pode ajudar na exploração espacial fora do sistema solar, explica a CAS.

Para ter uma noção, a Iaea afirma que uma fusão nuclear poderia gerar quase quatro vezes mais energia do que queimar petróleo ou carvão.

E o East não é o primeiro do mundo. O International Thermonuclear Experimental Reactor (Iter) é um projeto conduzido por 35 países, incluindo a União Europeia, China e EUA, que começou em 1985.

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