Vanessa Bárbara ou bárbara Vanessa

Se tu ainda não escutou o episódio “CPF na nota?” do podcast Rádio Novelo não se demore. Vai lá no Spotify e ouve. Depois deixa processar e comenta com as amigas quem delas ainda não sofreu assédio moral ou sexual com requintes de violência psicológica.

Mesmo com raiva (duvido que tu, mulher, não sentirá) envia para alguns homens héteros que te vierem a cabeça. Tenho certeza que tu sabes de quem estou falando. Não é daqueles que nos apoiam.

A história precisa da Vanessa Bárbara, escritora e jornalista, narra o evento que a traumatizou durante seu relacionamento abusivo (um casamento como muitos) envolvendo 15 homens brancos em posições de poder.

Um deles era seu marido, jornalista, e outros escritores que, até então, foram considerados bem bacanas, escrevendo sobre pautas atuais, desafiadoras e importantes. De maneira bárbara, Vanessa intercala seu relato, que me deixou estupefata, com áudios de um curso de defesa pessoal para mulheres em uma espécie de “costura” tentando cicatrizar as feridas deixadas na mente e no corpo.

Ela diz: “o trauma não é só um evento que aconteceu lá atrás, mas a impressão deixada por essa experiência na mente e no corpo. Ele é mais uma cicatriz de que uma história”.

Não é nada fácil deixar um relacionamento abusivo e lidar com essas sequelas. Uma mulher pode levar bastante tempo para se dar conta de uma situação que envolve pressão, constrangimento, intimidação, coação, ameaça.

Sentir-se encorajada e em condições de reagir necessita apoio, confiança e uma dose de cinismo que ela aprendeu com os homens que silenciam por trás da sua broderagem a misoginia que nos mata todos os dias.

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