China vai investir 1 trilhão de yuans em IA para rivalizar “Projeto Stargate” dos EUA

A China anunciou neste fim de semana seu plano para desenvolvimento de infraestrutura para IA no país, que prevê o investimento de 1 trilhão de yuans no setor. O valor é equivalente a mais ou menos US$ 138 bilhões na cotação atual, que dá mais ou menos R$ 816 bilhões.

A revelação do plano acontecendo justamente nesta semana indica que a medida é uma resposta ao “Projeto Stargate”, dos EUA. O plano, apelidado com o nome de um clássico da ficção científica dos anos 90, estipula o investimento de US$ 500 bilhões para incentivar o desenvolvimento de IA em território estadunidense.

As duas iniciativas, tanto da China como dos EUA, buscam aumentar a infraestrutura para IA, o que envolve a criação de mais data centers e aumento na escala de produção de aceleradores. Não sabemos ainda detalhes do quanto será investido na produção de energia para acompanhar a demanda aumentada pelo setor.

Uma diferença importante, no entanto, além do valor, é que o investimento nos EUA é liderado pela iniciativa privada, com subsídios do governo. Na China, o plano é inteiramente financiado pelo governo, que vai ajudar suas companhias como Baidu, ByteDance, Alibaba e DeepSeek.

China pode abalar segmento de IA com software open source

O plano de desenvolvimento de IA na China tem seu anúncio poucos dias depois da DeepSeek dar um “susto” nas big techs ocidentais. A empresa lançou seu modelo R1 de maneira open source e completamente gratuita.

Segundo o TechPowerUp, a tecnologia é comparável em “inteligência” com o modelo da OpenAI. Em resposta, a empresa até começou a oferecer o modelo O3-mini para até 100 pedidos gratuitos por dia para seus assinantes do ChatGPT Plus.

Enquanto enfrenta inúmeras sanções para a obtenção da tecnologia necessária para avançar o desenvolvimento de IA no país, é difícil prever que a China vai conseguir entregar ferramentas de ponta e superiores a empresas rivais de outros países. No entanto, com mais recursos open source e gratuitos aparecendo, eles só precisam ser “bons o suficiente” para abalar o mercado mundial no segmento.