Ponte maior que a Torre Eiffel está a 343 metros do chão e poupa carbono

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Com 343 metros de altura, o Viaduto de Millau, na França, é mais alto que a Torre Eiffel e uma das pontes mais altas do mundo — atrás apenas da chinesa Beipanjiang. Em dezembro, a ponte de dois quilômetros de comprimento comemorou 20 anos. Mas além de seu enorme tamanho, ela também tem impacto na descarbonização do nosso planeta — e tende a melhorar.

Para começar, a construção do viaduto usou componentes estruturais pré-fabricados fora do local, o que reduziu o impacto na biodiversidade local, bem como reduziu as emissões de CO2 no transporte e operações.

Por outro lado, a construção de um projeto desse porte — com 205 mil toneladas de concreto e 65 mil de aço — emitiu cerca de 1400 kg de emissões de carbono ao todo (sem contar com as manutenções). Porém, sua eficiência parece compensar essa pegada de carbono.

Imagem: Wikimedia Commons

Isso porque oferecer uma rota mais curta para os veículos, com trânsito rápido e com menos engarrafamento economiza aproximadamente 40 mil toneladas de emissões de dióxido de carbono por ano. Isso considerando apenas veículos pesados, segundo a Foster + Partners. Esse volume é a mesma quantidade de CO² absorvida por 40 mil árvores em 40 anos.

A empresa não revelou a metodologia utilizada nos cálculos, mas o especialista acadêmico em energia sustentável e transporte Florimond Gueniat, concorda com a estimativa. Em um artigo no The Conversation, ele sugeriu que a economia geral de emissões seja de pelo menos 25 mil toneladas de CO₂ por ano.

Como o Viaduto de Millau ajuda na descarbonização?

Além disso, pesquisas indicam que o alívio do congestionamento pode reduzir as emissões em até 25%. Isso porque manter a velocidade constante evita o consumo de combustível de acelerações e desacelerações frequentes.

Então, ainda que melhores condições de deslocamento possam estimular mais pessoas a fazerem o trajeto de carro, aumentando as emissões, a ponte ainda é benéfica, considerando que veículos de mercadorias fariam a viagem em qualquer condição.

O viaduto na rodovia A75, por exemplo, que liga Paris a Montpellier, na França, além de Barcelona, corta seis quilômetros de viagem. Antes de sua construção, os viajantes tinham que atravessar uma rota sinuosa pelo Vale do Tarn e pela cidade de Millau. Além disso, alguns caminhões maiores pegavam uma rota diferente por Lyon, ao leste, adicionando mais de 60 km em uma viagem à costa sul.

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