Diminuíram as ocorrências, mas cresceu o número de incêndios, alertam os bombeiros

Somente em 20 dias de janeiro, o 8º Batalhão de Bombeiro Militar de Canoas registrou 115 ocorrências. O ano começou intenso e, ao que parece, seguirá a tendência dos números registrados no ano passado.

Bombeiros de Canoas chegaram a atender onze ocorrências em um único dia na última segunda-feira (20)



Bombeiros de Canoas chegaram a atender onze ocorrências em um único dia na última segunda-feira (20)

Foto: Paulo Pires/GES

ENTRE NA COMUNIDADE DO DIÁRIO DE CANOAS NO WHATSAPP.

Em 2024, o Corpo de Bombeiros atendeu a 1.687 ocorrências. O número representa uma diminuição de 9% no comparativo com 2023, quando 1.851 ocorrências foram atendidas pelos bombeiros.

Se as ocorrências diminuíram, os incêndios, por outro lado, cresceram, mesmo com pequeno percentual, de 2%. As 619 ocorrências de 2023 saltaram para 631 ao longo do ano passado, conforme apontamento do Estado.

“A demanda em Canoas é enorme”, confirma a capitã Júlia Calgaro. “Na última segunda-feira mesmo chegamos a atender onze ocorrências em apenas 24 horas de serviço. As chamadas se somam uma atrás da outra”.

Quanto aos incêndios, embora a média seja de quase dois por dia, o número varia e, em alguns dias, acontecem até quatro ou cinco incêndios em apenas um dia, explica a capitã.

“Os incêndios em residências não são a maioria”, esclarece. “Fogo em mato e em lixo dá bem mais, o que representa um problema porque quase sempre incide em risco a casas próximas ao local”.

A capitã lembra que no último dia 19 houve duas ocorrências de fogo em vegetação em paralelo ao incêndio em uma casa no bairro Fátima. Assim, houve a exigência do reforço de uma guarnição vinda de Cachoeirinha.

“Canoas está com dois caminhões e pode contar com o auxílio da guarnição de Nova Santa Rita, porém ocorrência de fogo em vegetação exige um grande esforço e se houver duas ao mesmo tempo, a situação complica”, observa.

Na avaliação da capitã, é preciso que a população entenda que, ao notar o menor sinal de fogo se alastrando em lixo queimado ou vegetação, é preciso acionar os bombeiros e eliminar a ameaça.

“Quase sempre as ocorrências de incêndio em vegetação começam com lixo queimado em um pátio ou terreno baldio”, lamenta. “Entendemos que os vizinhos podiam ter feito alguma coisa, mas nos chamam somente quando o problema já fugiu do controle”.

Curto-circuito

Outro problema pertinente ao verão diz respeito a sobrecargas que causam curto-circuito na rede elétrica. Colocar vários aparelhos ligados na mesma tomada quase sempre é sinal de risco, adverte a capitã.

“Há curtos causados por sobrecarga quase sempre”, avalia. “As pessoas amontoam aparelhos com um T. Ele superaquece e o fogo começa. O risco é muito grande. É necessário entender, especialmente agora, com o calor, o perigo que se cria em casa”, adverte.

Preocupação

Felizmente, passados 20 dias de 2024, Canoas não registrou uma morte por afogamento, ocorrências que a cada verão costumam acontecer devido à mistura de álcool e água na da prainha do Paquetá, que acaba servido de refúgio para banhistas.

“Canoas não tem uma área de balneário e o Rio dos Sinos é perigoso”, avisa. “A gente sabe que muitas pessoas vão até a prainha do Paquetá tomar banho, mas é preciso cuidado, especialmente com as crianças, que precisam ser vigiadas”.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.