Sensação de segurança é ampliada pela presença Brigada Militar nas ruas de Canoas

A cidade se tornou mais segura após o acréscimo de 186 Policiais Militares (PMs) que passaram a circular pela área central na última quinta-feira (23), como parte da 10ª edição do Batalhão Escola da Brigada Militar (BM).

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Já a partir do lançamento da operação, houve uma mudança imediata para quem circula pelas imediações do Centro e alguns bairros, com mais de uma centena de brigadianos se deslocando para pontos considerados estratégicos.

“A primeira coisa que pensei é que tinha acontecido alguma coisa muito grave em Canoas”, comentou a comerciante Ana Luzia Azevedo. “Pensei que tinham roubado um banco ou coisa pior, porque tinha três PMs em cada esquina”, completou a trabalhadora de 55 anos.

Diretor do Departamento de Ensino da BM, o tenente-coronel Jorge Dirceu Filho explica que até o dia 2 de fevereiro, os soldados serão destacados em um período entre 9 horas e meia-noite.

“Há soldados-alunos, que são aqueles PMs que estão fazendo o curso de habilitação para sargento. E alunos-soldados, os que entraram na Brigada e estão passando pelo curso básico de formação do soldado”, explica.

Segundo o experiente oficial, a experiência obrigatória na formação militar, garante um reforço significativo no policiamento ostensivo. Ao todo, são 1.362 atualmente em treinamento, com o maior efetivo destacado para Canoas e a capital Porto Alegre.

“A ideia é que estejam circulando em áreas de maior visibilidade e movimento de Canoas”, esclarece. “Então existe o benefício daquela sensação imediata de segurança para a população, já que a presença dos policiais diminui o risco da atuação de criminosos”.

Preparação

Com a experiência de ter atuado durante quatro anos como o oficial responsável pelo 15º Batalhão da Polícia Militar (BPM), Dirceu avalia a importância do projeto no desenvolvimento dos Policiais Militares.

“Já estamos na 10ª Edição”, destaca o oficial. “Este projeto serve para que os alunos exerçam e exercitem tudo que estão aprendendo na teoria nos bancos escolares. O contato com a comunidade é essencial nesta etapa”.

Aproximação

A reportagem do DC conversou com PMs em treinamento. Eles informaram que não podem ter o nome divulgado por não existir autorização para que um soldado em preparação conceda entrevista.

À reportagem, a jovem soldado de 29 anos, oriunda de Montenegro, disse que a aproximação com a comunidade tem sido muito positiva. As pessoas procuram, conversam e, se necessário, pedem ajuda.

“Tem gente que chama para perguntar o que está acontecendo; há aqueles que só puxam conversa; tem quem elogie e existem os que se aproximam para apontar alguma atitude que considerem suspeita”, explica. “Atendemos e averiguamos cada situação”.

As abordagens, invariavelmente, acontecem diante de pessoas consideradas suspeitas circulando em torno de bancos, lojas e veículos estacionados. Comerciantes e lojistas, nesse sentido, agem como parceiros da polícia pela segurança.

“Quanto maior a confiança e mais próxima da polícia a comunidade estiver, pior para quem quer cometer o crime”, opinou um jovem soldado de 25 anos, igualmente oriundo de Montenegro. “Porque a Brigada não consegue estar em todos os lugares ao mesmo tempo, mas se as pessoas confiarem e avisarem, é possível agir para impedir o crime”.

Abordagem

Atendente de uma loja no Calçadão de Canoas, Mariana Gonçalves, 34 anos, suspeitou de um “jovem” que estava, em pleno calor de 40º graus, com uma touca enterrada na cabeça na tarde de quinta-feira. Ela então caminhou até os policiais e indicou o suspeito.

“Eu não sou perita no assunto, mas acho que ele estava só esperando alguma senhorinha sair do Banrisul para pegar a bolsa e sair correndo”, opina. “Eu sei porque já vi acontecer muito aqui na volta”, afirma.

Ao serem avisados, os PMs foram até o local e abordaram o suspeito. Ele disse que estava esperando um amigo, mostrou a documentação e acabou liberado, minutos após a abordagem.

Planejamento

Dirceu confirma que a área de emprego corresponde ao quadrante onde estão as avenidas Farroupilha, Santos Ferreira, Inconfidência, Doutor Barcelos, Rio Grande do Sul, Vitor Barreto, Boqueirão e Farroupilha, além da vigilância sobre da Dr. Sezefredo Azambuja Vieira até a Açucena.

“O planejamento parte dos oficiais em campo, que distribuem o trabalho com base nos índices criminais de cada área”, reforça o diretor da BM. “Só que nada impede que possam ser empregados na prainha do Paquetá, por exemplo, caso exista uma solicitação”, frisa.