Explosão de rádio em galáxia morta muda teoria de astrônomos

Em fevereiro do ano passado, uma grande explosão rápida de rádio em uma galáxia “morta” e bem distante da terra intrigou astrônomos. O motivo: essa galáxia não deveria ter a energia necessária para produzir esse tipo de sinal.

Primeiramente, a explosão na galáxia morta é o que os astrônomos chamam de rajada rápida de rádio (FRB, da sigla em inglês).

FRBs são pulsos transitórios de rádio que duram milissegundos, mas que geram mais energia em uma única explosão do que o Sol gera em um ano.

Após o fenômeno de 2024, astrônomos das Universidades Northwerstern, nos EUA, McGill, do Canadá, analisaram dados do Observatório W. M. Keck, identificando a explosão nos confins de uma galáxia elíptica “morta”.

Na última terça-feira (21), os astrônomos publicaram dois estudos sobre a explosão, detalhando que o evento mudou o entendimento sobre as rajadas rápidas de raio.

O que são FRBs e por que a explosão na galáxia morta intrigou os astrônomos?

Para os cientistas, as FBRs eram fenômenos exclusivos de estrelas em formação de galáxias mais novas.

No entanto, as investigações dos astrônomos norte-americanos mostram que a explosão da galáxia “morta” não contava com a presença de estrelas em formação.

Os astrônomos batizaram a explosão de FRB 20240209A e determinaram sua localização na parte externa de uma enorme galáxia elíptica antiga, que possui apenas estrelas velhas e mortas.

Para detectar múltiplas explosões do mesmo local, a equipe de astrônomos canadense ousou o radiotelescópio CHIME (Experiência Canadense de Mapeamento da Intensidade do Hidrogênio).

O CHIME identificou a explosão de rádio da galáxia morta em fevereiro de 2024.

No entanto, o CHIME, que já detectou várias explosões FRBs, não conseguiu identificar a localização exata da FRB 20240209A. Por isso, os astrônomos usaram o telescópio Gemini North, no Havaí, descobrindo que a explosão ocorreu em uma galáxia “morta” que os cientistas não conheciam.

A galáxia elíptica misteriosa fica a cerca de 2 bilhões de anos-luz da Terra e tem 11,3 bilhões de anos, de acordo com o estudo.

“Milhares de explosões de rádio foram registradas desde 2007, quando os astrônomos descobriram o fenômeno. No entanto, apenas 100 FRBs tinham origens conhecidas e quase todas ocorreram onde havia a presença de estrelas em formação”, afirmou Vishwangi Shah, principal autora do estudo que identifica a explosão e coautora do estudo que determina o número de FRBs da galáxia “morta”.

Segundo Shah, esta FRB é “uma verdadeira anomalia, desafiando teorias anteriores sobre a origem dessas explosões”.

No estudo, uma das hipóteses dos astrônomos sobre a origem das FRBs é a fusão ou colisão de duas estrelas de nêutrons, que, consequentemente, são os remanescentes de duas supernovas.

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