Fósseis revelam que humanos chegaram à Europa 500 mil anos antes

Análises recentes das marcas em fósseis de ossos de animais apresentaram sinais de abate por antigos humanos, fornecendo evidências suficientes de que a humanidade chegou à Europa 500 anos antes.

De acordo com um estudo, publicado na última segunda-feira (20), as ossadas têm entre 1,95 e 2,2 milhões de anos, representando a evidência direta mais antiga da presença de hominídeos na Europa.

Cientistas do Departamento de Sociologia e Antropologia da Universidade de Ohio descobriram os fósseis em Grăunceanu, sítio arqueológico no sul da Romênia. Os fósseis incluíam ossos de 31 animais diferentes, incluindo mamutes, girafas, cavalos e rinocerontes.

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As marcas peculiares de cortes nos ossos apontavam para o uso de uma ferramenta cortante de pedra, sendo uma evidência inegável de atividade humana. Em análises usando radiodatação de alta precisão usando urânio e chumbo, os cientistas conseguiram confirmar a idade dos fósseis.

Fósseis de ossos com marca de cortes revelam que humanos chegaram à Europa 500 mil anos antes. Imagem: Nature Communications/Reprodução

Apesar dos fósseis da Romênia revelarem que os humanos chegaram à Europa 500 mil anos antes do que se pensava, os cientistas não encontraram fósseis de hominídeos ou ferramentas de pedra no local.

No entanto, em um sítio a 1,5 quilômetros de distância, os arqueólogos encontraram ferramentas de pedra de hominídeos cujos formatos correspondem as marcas de cortes.

Além disso, as análises revelaram que a região era uma floresta temperada durante o início do Pleistoceno, sugerindo que os primeiros humanos conseguiam suportar o clima de diferentes habitats.

A descoberta dos fósseis pode mudar o nosso entendimento sobre quando e como os ancestrais dos humanos migraram da África rumo à Europa e Ásia. Os fósseis superam a evidência mais antiga de hominídeos na Europa.

Em março de 2024, cientistas descobriram na Ucrânia ferramentas de pedra de 1,4 milhão de anos. Essas eram as evidências mais antigas da presença de humanos na Europa, como noticiamos aqui no Giz. Contudo, 10 meses depois, os fósseis da Romênia quebraram o recorde.

Além disso, os cientistas sugerem que a distribuição dos hominídeos pela Ásia e Europa ocorreu de maneira aleatória, mas com uma forte presença.

“Os resultados, apresentados junto de outras várias linhas de evidência, apontam para uma forte presença de hominídeos, embora, talvez, intermitente, na Eurásia há, pelo menos há dois milhões de anos”, conclui o estudo.

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