Arco-íris de fogo: Entenda como se forma o fenômeno que coloriu céu do RS nesta quinta-feira

Um “arco-íris de fogo” pôde ser visto no céu gaúcho na tarde desta quinta-feira (23). O fenômeno de iridescência foi registrado por moradores em cidades como Rolante e Porto Alegre. Mas, afinal, como que as nuvens ficam coloridas?

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Fenômeno pôde ser visto no RS na tarde desta quinta-feira

Foto: Observatório Espacial Heller&Jung

Conforme a MetSul Meteorologia, o efeito acontece quando partes das nuvens são finas e têm gotículas de tamanho semelhante, e aí a difração da luz solar pode fazê-las brilhar com cores. “As cores geralmente delicadas podem estar em manchas ou faixas quase aleatórias nas bordas das nuvens. Eles só são organizados em anéis coronais quando o tamanho da gota é uniforme em toda a nuvem. As bandas e cores mudam ou vêm e vão conforme a nuvem evolui”, explicam os especialistas.

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O fenômeno óptico, tecnicamente chamado de arco circum-horizontal, é observado principalmente quando parte de uma nuvem está se formando, já que todas as gotículas têm um tamanho semelhante. Além disso, há tipos específicos de nuvem em que ele ocorre com mais frequência, sendo elas a Altocumulus, a Cirrocumulus e especialmente em nuvens lenticulares. Raramente a iridescência acontece nas nuvens nacaradas ou madrepérola, que ocorrem em regiões perto dos polos.

Apesar de poder ser vista longe do sol em algumas ocasiões, é mais comum que a iridescência seja observada por quem está perto dele.

Professor de Ciências Atmosféricas e Oceânicas da Universidade de Wisconsin-Madison, Steve Ackerman acredita que várias variáveis devem coincidir para que esse fenômeno ocorra. “Um arco-íris de fogo é um dos poucos tipos de halos formados pela refração da luz em cristais de gelo em forma de placas misturados na atmosfera, ocorrendo tipicamente em nuvens do tipo Cirrus”, informa a MetSul, destacando que, no Rio Grande do Sul, o efeito não é comum de se observar.

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O arco circum-horizontal é um fenômeno ótico pertencente à família dos halos de gelo. Ele tende a se formar paralelo ao horizonte e com grande extensão se plenamente desenvolvido. Além disso, forma-se quando o Sol está a uma altura superior a 57,8 graus acima do horizonte, o que o impede de se formar em latitudes superiores a 55°, nas quais o Sol não alcança tal altura em relação ao horizonte.

“Esse arco se forma quando a luz entra pela face lateral de um cristal de gelo prismático e hexagonal e sai pela base inferior do cristal. Tal fenômeno nunca ocorre simultaneamente a um arco circunzenital”, afirma a MetSul.

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