Demência: metade dos casos podem ser prevenidos; saiba como

A demência é uma condição que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, especialmente na América Latina, a região com maior prevalência da doença.

Veja os fatores de risco para demência

Mais da metade dos casos poderiam ser evitados por meio do controle de 12 fatores de risco, de acordo com um estudo publicado no periódico acadêmico The Lancet Global Health. Entenda como isso é possível.

Quais são os fatores de risco para a demência?

Segundo o estudo, liderado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), os 12 fatores de risco associados à demência são:

  1. Baixo nível de educação;
  2. Perda auditiva;
  3. Hipertensão;
  4. Obesidade;
  5. Tabagismo;
  6. Depressão;
  7. Isolamento social;
  8. Sedentarismo;
  9. Diabetes;
  10. Consumo excessivo de álcool;
  11. Poluição atmosférica;
  12. Traumas na cabeça.

Esses fatores estão ligados às alterações cerebrais que levam à perda de memória e ao declínio cognitivo. No Brasil, a educação é o fator que mais contribui para os casos de demência, seguida pela hipertensão e pela perda auditiva.

Como esses fatores afetam o risco de demência?

Cada um dos 12 elementos pode impactar o funcionamento do cérebro de formas diferentes. Por exemplo:

  • Educação: desafiar a mente cria uma “reserva cognitiva” que protege o cérebro contra o declínio. Um baixo nível de escolaridade reduz essa reserva e aumenta o risco de manifestação precoce da doença.
  • Estilo de vida: fatores como sedentarismo, obesidade, hipertensão e diabetes estão ligados ao comprometimento dos vasos sanguíneos que alimentam o cérebro, resultando em danos aos neurônios.
  • Saúde mental: depressão e isolamento social liberam substâncias inflamatórias que podem prejudicar o funcionamento cerebral ao longo do tempo.
  • Audição: a perda auditiva reduz os estímulos cognitivos, aumentando o risco de demência.
  • Outros fatores: poluição atmosférica e consumo excessivo de álcool também têm impacto direto nas células cerebrais.

Como prevenir a demência?

A prevenção da demência é possível e eficaz. Segundo o estudo, 54% dos casos na América Latina poderiam ser evitados com medidas simples, como:

  • Educação continuada: promover o aprendizado ao longo da vida aumenta a reserva cognitiva.
  • Estilo de vida saudável: alimentação equilibrada, atividade física regular e controle de condições como hipertensão e diabetes fazem a diferença.
  • Socialização: participar de atividades em grupo ou manter contato com amigos ajuda a proteger a saúde cerebral.
  • Saúde auditiva: usar aparelhos auditivos, quando necessário, pode evitar o declínio cognitivo.
  • Controle ambiental: reduzir a exposição à poluição e evitar o consumo excessivo de álcool também são medidas importantes.

Atualmente, 8,5% da população acima de 60 anos na América Latina vive com demência. Sem intervenções, esse número pode chegar a 19,3% até 2050.

Investir na prevenção melhora a qualidade de vida, reduz custos com saúde e diminui o impacto da doença na sociedade.

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