Pescadores mantêm cultura à beira-mar de Tramandaí, mesmo com aumento de banhistas

A cada verão, Tramandaí se torna o ponto de encontro de moradores e veranistas que buscam o descanso e a tranquilidade à beira-mar. Entre eles, estão pescadores experientes que, por décadas, fazem da pesca uma tradição na cidade. Ari Azambuja, de 81 anos, é um exemplo dessa cultura. Morador de Porto Alegre, mas com mais de 60 anos de história em Tramandaí, Ari aproveita os dias de verão para praticar sua pesca e viver momentos de lazer com a família e amigos.

Ari Azambuja pesca há mais de 60 anos em Tramandaí | abc+



Ari Azambuja pesca há mais de 60 anos em Tramandaí

Foto: Dário Gonçalves/GES-Especial

“Eu vi essa plataforma ser construída e, com o tempo, adquiri meu apartamento à beira-mar. Venho para a praia com a esposa e os filhos também têm moradia aqui. Acordo cedo, tomo um bom café, preparo o equipamento e venho pescar. É um momento para relaxar, fazer amizades e aproveitar os dias maravilhosos que temos aqui”, conta Ari, que chegou à cidade no dia 15 de janeiro e permanecerá até o final do verão. Para ele, a pescaria tem sido boa, com dias de boas capturas e outros de conversas e risadas, mas sempre aproveitando o tempo com amigos.



Ari começou a frequentar a praia ainda na infância com seus pais. Mas foi a partir de sua aposentadoria, há 11 anos, que a pescaria ganhou mais espaço. “Não tenho muito trabalho, é só atravessar a avenida. É bom vir aqui desfrutar dos últimos dias que nos faltam”, complementa o pescador de 81 anos.

Busca por espaço

Amigo de Ari, Hernani Markes, 72, também é natural de Porto Alegre mas residente em Tramandaí há 8 anos, compartilha as dificuldades enfrentadas pelos pescadores nas praias. “Às vezes, os banhistas e até os guarda-vidas tentam nos afastar, dizendo que é perigoso pescar perto da praia. Mas nós sempre procuramos locais mais tranquilos, onde há menos pessoas. Também queremos nosso espaço, assim como os surfistas que aproveitam a plataforma”, comenta Hernani, que sente a falta de compreensão de alguns em relação aos pescadores. “Há momentos em que pessoas chegam e se sentam bem em cima de nós, como se fosse uma forma de nos forçar a sair”, lamenta.



José Carlos da Silva, 77 anos, é outro morador de Tramandaí que vive pescando quase todos os dias. Embora também pesque na ponte entre Tramandaí e Imbé, ele prefere a calma das primeiras horas da manhã à beira-mar. “Tem dias que a pescaria é fraca, mas em outras, levo para casa uma boa quantidade de peixes. No ano passado, peguei uma corvina de 80 cm, com 5 kg de carne limpa”, relembra com orgulho.

José destaca que, quando a pesca é mais fraca, ele congela os peixes e guarda para quando conseguir uma maior quantidade. “Há dias que eu volto pra casa sem nada e penso ‘amanhã não vou mais’, mas quando o sol nasce, eu já estou aqui de novo”, finaliza.



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