Carne submersa durante a enchente em Canoas era vendida no Rio de Janeiro

Agentes da Polícia Civil do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro se uniram na manhã desta quarta-feira (22) para a batizada Operação Carne Fraca, mirando uma empresa que estaria vendendo produtos impróprios para consumo.

Produtos estragados que saíram de Canoas foram encontrados no Rio de Janeiro na manhã desta quarta-feira (22) | abc+



Produtos estragados que saíram de Canoas foram encontrados no Rio de Janeiro na manhã desta quarta-feira (22)

Foto: POLÍCIA CIVIL/DIVULGAÇÃO

A investigação levou a polícia até a sede da empresa na Baixada Fluminense, onde estava armazenada a impressionante quantia de 800 toneladas de carnes e outros produtos impróprios para o consumo que teriam ficado submersos durante a enchente no ano passado.

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A apuração conduzida pela Delegacia de Polícia de Proteção aos Direitos do Consumidor, Saúde Pública e da Propriedade Intelectual, Imaterial e Afins (Decon) do RS partiu de uma empresa carioca com sede em Canoas, cujo depósito acabou atingido pela enchente em 2024.

Um dos sócios da empresa acabou preso. À polícia, ele alegou que a carne estocada seria usada para a fabricação de ração animal. O grupo, no entanto, segundo a polícia, a vendeu para consumo a outras empresas, obtendo lucro de mais de 1.000% e colocando em risco consumidores.

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Segundo o delegado Cassiano Cabral, do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), a Polícia Civil teria seguido o rastro do material, que saiu de Canoas na época por meio de 32 caminhões carregados, com o peso emitido por nota fiscal.

“Cada caminhão era pesado e tinha uma nota fiscal”, explica.

A apuração revelou que a empresa com sede no Rio de Janeiro revendeu os produtos para supermercados, após comprar as cargas da empresa gaúcha por apenas um real o quilo da carne.

Foram oito mandados de busca, apreensão e prisão cumpridos por policiais gaúchos e cariocas. Além da sede da empresa, os agentes estiveram também na casa onde morava um dos sócios, que acabou preso pelo crime de vender ou ter em depósito mercadoria imprópria para o consumo.

Os suspeitos de envolvimento no caso podem responder também pelos crimes de associação criminosa, receptação, adulteração e corrupção de alimentos, com alcance em todo o Brasil.

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