Sandro Sotilli abre o jogo e revela quem é seu favorito para levar o Gauchão

Ter um atacante fazedor de gols é um ótimo primeiro passo para qualquer time que quer ser campeão. E se tratando de Gauchão, ninguém sabe melhor como balançar as redes do que Sandro Sotilli. Em 18 anos de carreira, o Alemão Matador, como ficou conhecido pela torcida do Pelotas, um dos 25 times em que atuou, marcou mais de 400 gols, sendo 111 na primeira divisão do nosso Estadual. Esses números, que o fazem o maior artilheiro da história da competição, somados à sua irreverência, o tornaram uma figura querida por todo o Estado, até por torcidas de clubes em que ele não jogou. Em entrevista exclusiva ao Grupo Sinos, ele falou sobre suas expectativas para o campeonato que está para começar e revelou qual time acha que vai ficar com a taça.

Sandro Sotilli | abc+



Sandro Sotilli

Foto: Nathan Bizotto

Sobre a irreverência, Sotigol destacou que acha que o fato de ser alguém do interior, que valoriza ainda mais o RS e que conseguiu ótimos resultados como atleta, pode ter contribuído para essa idolatria com os torcedores. “Acho que é porque eu joguei em muitos clubes, viajei pelo interior e fiz todos esses gols. Também tem as redes sociais. A gente sempre vai se movimentando, e eu acho que o povo gaúcho gosta de valorizar o que é nosso. Então, isso fortaleceu bastante a minha imagem. Tem pessoas que me viram jogar, tem crianças que não me viram jogar (e que acompanham). Está bem legal, temos um público muito grande. Daqueles que não me viram jogar, só ouviram as histórias, os números, as coisas legais. E aqueles que me viram jogar, que me acompanham mais no dia a dia, em eventos, nas danças, nos jogos. Então é sempre bom ser lembrado por isso”, disse o ex-jogador.

Na conversa, o ex-atacante também falou da expectativa para o início do Gauchão e analisou as chances da dupla Gre-Nal, além de comentar sobre o momento dos atacantes das equipes. Para ele, o começo da competição não será fácil para as duas principais equipes do Estado, e ainda estendeu para o Juventude.

“Como a dupla Gre-Nal começa mais tarde a preparação, vai sentir muito os primeiros jogos, eu acredito, porque a parte física é muito importante. Se você estiver fisicamente preparado para um futebol de contato, isso geralmente te dá uma vantagem. Então, acho que Grêmio, Inter e o Juventude vão sentir um pouco no início”, projetou.

Atacantes

Sotilli, que tem números que ele mesmo classifica como “incomuns” no Gauchão, falou ainda sobre os responsáveis por balançar as redes neste ano. “Não existe mais o atacante raiz, o número 9, o goleador. Isso sempre foi uma das essências do nosso futebol. Antigamente tinham Sandro Sotilli, Alê Menezes, Badico e outros jogadores que eram identificados com o futebol gaúcho. Hoje não há essas referências”, disse.

“O Braithwaite fez um bom Campeonato Brasileiro e acho que ele tem tudo para se destacar do lado do Grêmio. E no Inter, acho que o Borré também vai fazer um bom Estadual”, analisou.

Mesmo assim, acha que os centroavantes não têm mais tanto destaque. “Quando eu fui jogar no Glória de Vacaria e fiz 27 gols, lembro que o nosso treinador da época disse: ‘Nosso time vai jogar em função do Sandro Sotilli’, aí o time jogava para mim. Chegavam na linha de fundo e cruzavam a bola na área. Agora, o cara que joga pela direita ou pela esquerda, ele chega para dentro para bater no gol”, lembrou.

Os artilheiros da edição passada foram Cristaldo e Diego Costa, ambos do Grêmio, com seis gols cada. No ano anterior, o goleador foi Pedro Henrique, do Inter, com oito.

Palpite

Apesar do equilíbrio entre os rivais de Porto Alegre, Sotilli afirmou que considera o Colorado favorito para ficar com o caneco. “Nunca se sabe o que pode acontecer. Este ano será um campeonato diferente, muito rápido, em um momento em que tudo começa a dar errado, empatar um jogo, perder o outro, pode prejudicar o andamento do time. Tem que estar ligado desde o começo, porque não dá para ficar para trás. Se hoje eu tivesse que apostar em um favorito, seria o Inter”, palpitou.

Força do interior

Sotilli sabe que os times de fora da capital podem chegar no Estadual e surpreender a dupla Gre-Nal. “No interior, acho que o Juventude vai brigar com Grêmio e Inter. Eu escolheria também dois clubes que estou acompanhando, que trouxeram reforços pontuais e que estão crescendo muito, o Caxias e Ypiranga de Erechim. Acho que o Guarany também vai fazer uma boa campanha esse ano. Porque é um clube que vem em ascensão e os planos parecem bons”, disse o ex-jogador, que esteve no grupo do Jaconero que conquistou o título de 1998.

“Para um jogador que, assim como eu, foi criado aqui no interior, isso é uma Champions League. Porque aqui você tem amigos, você tem família que torce para o time. E ser campeão gaúcho é o sonho de qualquer jogador”, relembrou.

“Acredito que o sonho de todo jogador daqui é jogar o Campeonato Gaúcho. Porque é o caminho mais direto para se destacar, chegar em um nível estadual, em um Grêmio, Inter ou Juventude, ou até mesmo trilhar outros caminhos para São Paulo, Rio de Janeiro e até para o exterior. Então é uma visibilidade muito grande”, finalizou o ex-atacante.

Sandro Sotilli se aposentou em 2014, no Pelotas, seu time de coração. Também esteve na Boca do Lobo de 2008 a 2010 e em 2012. Foi lá que ele recebeu o apelido de Alemão Matador.

 

 

 

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