Esgoto a céu aberto incomoda moradores em Canoas

Cheiro forte e água esverdeada. É com esse cenário que moradores da Rua Engenheiro Chang, no bairro Rio Branco, têm convivido desde o final de dezembro do ano passado. A situação atinge pelo menos 12 casas em um lado da rua, mas também incomoda as demais.

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De acordo com os moradores, o problema começou no dia 27 de dezembro, quando a Prefeitura de Canoas realizou a retirada de árvores no terreno do Conselho Comunitário do Rio Branco (Consecon), que danificou a tubulação. Desde então, o casal Solange e Luiz Alberto Martins, e seus vizinhos, convivem com o problema.

“Quando chove, a rua toda enche de água. Depois escoa a água da chuva e fica isso aqui” explica Solange, apontando para a poça de esgoto acumulada em frente à sua casa. “Então, dá para perceber bem que já está esverdeada, podre. Eles andaram limpando os bueiros, mas o problema maior são os canos que, eu acho, devem estar cheios de barro”, observa.

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O cheiro forte não fica somente na rua, mas também entra nas residências e atrai mosquitos. “A preocupação que eu tenho é que entro no banheiro e aquele cheiro sobe. Você tem a impressão que a qualquer hora, quando chover, vai entrar dentro de casa”, relata Solange.

A Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) já esteve no local, segundo o morador Luiz Alberto. O representante comercial alega que a cobrança do esgoto está zerada em sua tarifa de consumo. “Nós nunca tivemos um problema de esgoto, então nunca me ative a isso. Só fui ver agora que a Corsan estava aqui e disseram que a rua não estava no controle de esgoto.” Conforme informado pelo morador, a situação acontece desde a enchente.

Rua tem casas lares, escola e UPA

A água espalhada pela rua quando chove e que depois fica acumulada é propício para a proliferação de mosquitos da dengue e chikungunya. Segundo um trabalhador que não quis se identificar, agentes de saúde estiveram no local e constataram a presença de larvas. Mas a situação permanece sem resolução.

O cenário é preocupante para a cuidadora residente da Casa Lar da Rede Divina Providência de Ação Social e Cidadania (Redipasc), Dulce Sandra Pereira Pedrosa. Responsável por 11 crianças, desde bebês recém-nascidos até 15 anos, a cuidadora teme pelo bem-estar dos acolhidos que moram do outro lado da rua. A residência é uma das cinco que estão localizadas na Engenheiro Chang que, ao todo, atendem cerca de 50 crianças.

“Nós temos muito medo por causa da dengue. Tem também a praça que é foco de mosquito, uma sujeira. Quando nós levantamos de manhã, está preto de mosquito nas paredes”, afirma. Dulce costuma levar as crianças na praça da Rua Boa Esperança, ao lado da Brigada Militar, a 550 metros de distância da Casa Lar.

“Sobre essa praça, é sempre uma briga. Eles limpam e só voltam depois de quatro, cinco meses. Os brinquedos não tem como brincar porque está tudo enferrujado”, conta.

“É um descaso”, define Solange, que mora na rua há 43 anos. Além das residências, no número 332 da Rua Engenheiro Chang, está localizada a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Rio Branco 24 horas. Na outra ponta, no número 1255, está a Escola Estadual de Ensino Fundamental (EEEF) Antônio Francisco Lisboa. Aparelhos públicos que também são afetados pelo esgoto a céu aberto.

O que diz a Corsan 

De acordo com a Corsan, uma equipe esteve no local e verificou que a companhia não possui rede de esgoto na região. “O problema é na drenagem pluvial, sendo de responsabilidade da Prefeitura de Canoas”, informa em nota. 

O que diz a Prefeitura 

Em nota, a Prefeitura de Canoas comunicou que a Rua Engenheiro Chang será vistoriada pelas equipes da Secretaria Municipal de Obras (SMO) para que se possa avaliar a situação. A administração municipal não informou data da visita ou prazo para a solução do problema.