Por que autismo é mais frequente em meninos? Ciência explica

O diagnóstico precoce do autismo pode transformar a vida das crianças e suas famílias. Estudo revela avanços importantes com a Mini-TEA – iSTock/Irina_Geo

Pesquisas mostram que os meninos têm até três vezes mais chance de serem diagnosticados com autismo em comparação às meninas. Mas por quê? Um novo estudo pode ter desvendado parte desse enigma.

Cientistas do Geisinger College of Health Sciences, na Pensilvânia, trouxeram uma hipótese intrigante: o cromossomo Y, uma marca genética exclusiva do sexo masculino, pode conter pistas valiosas sobre os fatores de risco para o autismo.

Os transtornos do espectro autista, que afetam cerca de 1% das crianças no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde, reúnem condições diversas marcadas por desafios na comunicação e interação social. Até então, as causas apontadas incluíam uma combinação de fatores genéticos e ambientais.

A ciência já sabia que as mulheres, com dois cromossomos X, podem ter uma espécie de “escudo protetor” contra o autismo. Mas e o papel do cromossomo Y? Esse mistério foi o ponto de partida do novo estudo.

Desvendando o papel dos cromossomos sexuais

Os pesquisadores analisaram indivíduos com anomalias no número de cromossomos sexuais, uma condição chamada aneuploidia. Em geral, a configuração genética é XX para mulheres e XY para homens, mas cerca de 1 em cada 450 recém-nascidos apresenta mais de dois cromossomos sexuais. Essas variações fornecem um terreno fértil para investigar como os cromossomos influenciam o risco de autismo.

Publicado na Nature Communications, o estudo examinou 350 pessoas com diferentes combinações de cromossomos X e Y. Os resultados foram surpreendentes: enquanto um cromossomo X extra não alterou significativamente o risco de autismo, um cromossomo Y adicional dobrou a probabilidade de diagnóstico.

Essa descoberta redireciona o olhar da ciência. Não se trata apenas de buscar fatores de proteção no cromossomo X, mas também de explorar os potenciais riscos embutidos no cromossomo Y. “Embora pareçam duas faces da mesma moeda, nossos resultados nos levam a investigar o cromossomo Y mais de perto”, explicou Alexander Berry, coautor do estudo.

Próximos passos

Embora a pesquisa tenha revelado um elo promissor, os cientistas destacam que ainda há um longo caminho pela frente. A missão agora é identificar, com precisão, quais elementos do cromossomo Y podem estar associados ao risco de autismo, lançando luz sobre novas possibilidades para diagnóstico e intervenção.

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