Estudo descobre tempero tão eficiente quanto medicamento para indigestão

E se na sua cozinha tivesse um tempero que ajudasse a aliviar o desconforto da indigestão? Segundo um estudo publicado on-line no periódico BMJ Evidence-Based Medicine, a cúrcuma tem esse papel. E funciona tão bem no alívio dos sintomas quanto o omeprazol — um medicamento usado para controlar o excesso de ácido estomacal.

A cúrcuma contém um composto naturalmente ativo chamado curcumina, que se acredita ter propriedades anti-inflamatórias e antimicrobianas, e tem sido usada há muito tempo como remédio medicinal, inclusive para o tratamento de indigestão.

Detalhes do estudo

Os pesquisadores então designaram aleatoriamente 206 pacientes com idades entre 18 e 70 anos com dor de estômago recorrente (dispepsia funcional) de causa desconhecida, para um dos três grupos de tratamento por um período inicial de 28 dias e depois 56 dias.

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Eram eles: cúrcuma (duas cápsulas grandes de 250 mg de curcumina, 4 vezes ao dia) e uma cápsula simulada pequena (69 pacientes); omeprazol (uma cápsula pequena de 20 mg ao dia e duas cápsulas simuladas grandes, 4 vezes ao dia (68 pacientes); e cúrcuma mais omeprazol (69 pacientes).

Os resultados indicaram reduções significativas na gravidade dos sintomas no dia 28 para dor (−4,83, –5,46 e –6,22) e outros sintomas (−2,22, –2,32 e –2,31) para aqueles nos grupos combinados, curcumina isolada e omeprazol isolado, respectivamente.

Essas melhorias foram ainda mais fortes após 56 dias para dor (−7,19, –8,07 e –8,85, respectivamente) e outros sintomas (−4,09, –4,12 e –3,71, respectivamente).

Os pesquisadores reconhecem o pequeno tamanho do estudo, bem como várias outras limitações, incluindo o curto período de intervenção e a falta de dados de monitoramento de longo prazo. Eles reforçam a necessidade de estudos maiores e de longo prazo.

No entanto, eles concluem: “Este ensaio clínico randomizado multicêntrico fornece evidências altamente confiáveis ​​para o tratamento da dispepsia funcional”, acrescentando que “as novas descobertas do nosso estudo podem justificar a consideração da curcumina na prática clínica”.