Arqueólogos amadores encontram tesouro romano de 1.700 anos

Em Luxemburgo, arqueólogos descobriram um tesouro romano com 141 moedas de ouro de 1.700 anos. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisa Arqueológica de Luxemburgo (INRA), as moedas foram cunhadas durante os reinados de nove imperadores romanos entre os anos 364 e 408 d.C.

Os arqueólogos encontraram o tesouro dos solidi – termo em latim para moedas de ouro criadas no final do Império Romano – nas ruínas de uma fortaleza romana após quatro anos de escavações.

O trabalho ocorreu no norte de Luxemburgo, próximo à fronteira com a Alemanha. Mas, na verdade, as primeiras moedas de ouro do tesouro romano foram encontradas por uma dupla de arqueólogos amadores, em setembro de 2019.

Eles escanearam o local com detectores de metal e descobriram quase 40 moedas em menos de uma hora. No entanto, em vez de pegar o tesouro, os arqueólogos amadores decidiram informar as autoridades.

Devido à importância histórica, a descoberta do tesouro romano foi mantida em segredo até dezembro de 2024 para garantir que saqueadores roubassem o tesouro.

No entanto, o INRA convidou a dupla de arqueólogos amadores para fazer parte das escavações do tesouro romano.

Durante 2020 e 2024, os arqueólogos realizaram escavações com o apoio da unidade de remoção de minas terrestres do Exército de Luxemburgo.

No final da Segunda Guerra, a região foi palco da Batalha de Clervaux, então o apoio do exército foi para garantir a segurança dos arqueólogos devido ao risco de minas terrestres ativas no local.

“Estudar um tesouro monetário antigo em seu total contexto arqueológico é uma oportunidade extremamente rara. As análises vão nos permitir entender os motivos pelos quais o tesouro foi enterrado”, afirmou o INRA em um comunicado.

Tesouro mostra imperador romano “esquecido”

O tesouro mostra a face de oito imperadores do período considerado a queda do Império Romano do Ocidente. Aliás, três moedas apresentam uma surpresa: o rosto do imperador Eugênio, considerado o “usurpador”, que governou o império por apenas dois anos.

Além de polêmicas religiosas e políticas que causaram a sua morte, o curto período do reinado de Eugênio torna o tesouro uma raridade.

Moeda de ouro com a face de Eugênio. Imagem: INRA/Divulgação

Quando os romanos enterraram o tesouro, Luxemburgo fazia parte da província da Gália-Bélgica. Contudo, após a invasão dos Francos, os romanos deixaram o território, em 406 d.C., ano da cunhagem das últimas moedas do tesouro.

As moedas do Império Romano são um tesouro único da arqueologia de Luxemburgo, apresentando excelentes condições de preservação, de acordo com os arqueólogos.

Além disso, o Ministério da Cultura de Luxemburgo divulgou que as moedas valem cerca de 308,6 mil euros, ou R$ 1,95 milhão. Conforme a legislação sobre patrimônio cultural de Luxemburgo, a quantia “pertence àqueles que possuírem direitos legais, como os proprietários da terra onde o tesouro estava”.

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