Entenda por que cochilos frequentes podem indicar demência

Cochilar durante o dia é uma prática comum que muitos associam ao descanso e à recuperação de energia. No entanto, estudos recentes sugerem que cochilos frequentes podem ser um sinal precoce de demência. Uma pesquisa conduzida pela Dra. Yue Leng, publicada no Alzheimer’s and Dementia: The Journal of the Alzheimer’s Association, destaca essa possível ligação.

Detalhes do estudo

O estudo analisou dados de um grupo de 1.400 indivíduos entre 74 e 88 anos (com idade média de 81), monitorando seus hábitos de sono. Os participantes foram avaliados periodicamente para detectar sinais de declínio cognitivo.

Os resultados indicaram que aqueles idosos que cochilavam pelo menos uma vez por dia ou mais de uma hora por dia tinham 40% mais chances de desenvolver Alzheimer do que aqueles que não cochilavam diariamente ou cochilavam menos de uma hora por dia.

cochilo

Mecanismos possíveis

Embora a pesquisa estabeleça uma correlação, os mecanismos exatos que ligam cochilos frequentes à demência ainda não são completamente compreendidos. Uma hipótese é que cochilos excessivos possam refletir distúrbios no ciclo sono-vigília, possivelmente causados por alterações neurodegenerativas iniciais no cérebro. Outra possibilidade é que cochilos frequentes sejam uma resposta compensatória a problemas de sono noturno, que por sua vez estão associados ao declínio cognitivo.

Implicações para a saúde pública

Essas descobertas têm implicações significativas para a saúde pública. Profissionais de saúde devem estar atentos aos hábitos de sono de seus pacientes idosos, considerando cochilos frequentes como um possível sinal de alerta para o desenvolvimento de demência. Intervenções precoces, como a promoção de hábitos de sono saudáveis e a avaliação cognitiva regular, podem ser benéficas.

É importante notar que, embora o estudo sugira uma associação entre cochilos frequentes e demência, cochilar ocasionalmente não deve ser motivo de preocupação.

Fatores como duração e frequência dos cochilos, bem como a qualidade do sono noturno, devem ser considerados. Mais pesquisas são necessárias para entender completamente essa relação e determinar se os cochilos diurnos podem ser utilizados como um indicador confiável para o diagnóstico precoce da demência.

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