“Precisamos preservar o brincar da criança”: Pais dão dicas de como evitar o uso excessivo de telas

Com a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao projeto de lei que limita o uso de celulares nas escolas, o uso abusivo das telas entre crianças e adolescentes voltou a ser palco de discussões. A legislação proíbe o uso dos smartphones durante a aula, recreio e até nos intervalos entre as disciplinas. O próximo passo é com o Ministério da Educação, que precisa regulamentar a medida.

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Na casa de Franciele, momentos em família são usados para evitar uso abusivo das telas | abc+



Na casa de Franciele, momentos em família são usados para evitar uso abusivo das telas

Foto: Gabriel Stör/GES-Especial

A presença das telas no cotidiano das famílias não é de hoje. Com dois filhos adolescentes, na casa da atendente Franciele Stör, o celular e a televisão precisam ser regrados. A moradora de Novo Hamburgo tem o desafio de controlar o uso entre os filhos Kauan, de 16 anos, e Rafaella, de 14. “Até nós, adultos, precisamos nos policiar em relação às telas, imagina eles”, afirma.

Para evitar o abuso das telas, a família aposta em atividades extracurriculares com os jovens e monitora as redes sociais. “Começo a trabalhar às 8 horas, e com as férias escolares, já acordo com meus filhos mais cedo para termos um tempo de qualidade juntos, tomando café da manhã. Depois, já coloco algumas atividades na rotina deles para diminuir o tempo ocioso”, conta Franciele.

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Os adolescentes usam com mais frequência o TikTok e o Instagram, redes que são logadas junto ao e-mail de Franciele para que ela tenha o controle do que está sendo consumido. “Sempre acreditamos que o acesso mínimo às telas seria mais fácil se eles tivessem atividades extracurriculares. Esse tempo fora de casa é importante para conseguir diminuir esse uso excessivo”, reforça.

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Preservando o brincar

Deixar a criança ser criança é prioridade na rotina da pedagoga Bruna Scheffer Guintdel, que mora em Igrejinha. A filha Melissa, de 4 anos, já nasceu em um ambiente digital totalmente integrado no cotidiano da família, mas aprendeu desde cedo que existe horário e regra para o uso das telas. “A Melissa tem um uso bem reduzido de telas, deixamos ela usar em torno de uma hora por dia”, afirma.

Pequena Manuela já aprendeu cedo a brincar sem depender do celular | abc+



Pequena Manuela já aprendeu cedo a brincar sem depender do celular

Foto: Arquivo pessoal

Uma tática encontrada por Bruna para auxiliar esse processo foi descobrir os hobbies da filha. “Fazemos brincadeiras de pintura com ela, que é algo que a Melissa gosta. Além disso, também optamos por atividades ao ar livre. Precisamos preservar o brincar da criança e incentivar a terem outros hobbies além da tela”, frisa.

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A missão de criar uma relação saudável com o uso dos smartphones não é fácil. Segundo Bruna, que também é pós-graduada em Neuropsicologia e atualmente faz faculdade de Psicologia, é importante adaptar às telas dentro da realidade de cada família. “É legal tentar envolver essa criança em casa mesmo, deixar a criança ser criança e se descobrir. Hoje, temos uma pauta muito grande sobre o tédio, mas ele também é importante. É através do tédio que a criança consegue ser criativa e imaginar as coisas”, pontua.

Na prática, é claro que pode existir rusgas na comunicação com a criança, visto que as telas causam fascinação e elas podem ficar chateadas com o fim do período estabelecido. “Sempre que a Melissa pede mais tempo de tela, tentamos trazê-la para a realidade atual. Ela é uma criança que já entende tudo porque sempre conversamos em conjunto. Não é algo que estou impondo, estou explicando para ela”, conclui Bruna.

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