Conheça os índices de criminalidade das três maiores cidades da região

Os indicadores de criminalidade do Rio Grande do Sul referentes a todo o ano passado foram apresentados pela Secretaria de Segurança Pública do Estado na sexta-feira (17) e indicaram que 2024 foi o ano mais seguro de toda a série histórica. Com queda nos principais crimes, os resultados superaram os índices obtidos em 2023, que já haviam sido recordes.

Coletiva de imprensa apresenta os indicadores criminais de 2024 | abc+



Coletiva de imprensa apresenta os indicadores criminais de 2024

Foto: Vitor Rosa / Palácio Piruatini

Os dados gerais do Estado apontam que nos crimes contra a vida, destaca-se a redução dos latrocínios. Em 2024, o número de roubos seguidos de morte caiu 33% em comparação com 2023, passando de 42 para 28 casos. Já os homicídios tiveram queda de 17%: em 2023 foram 1.669 vítimas e em 2024, 1.380.

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Já o roubo de veículos apresentou retração de 36%, com diferença de 1,3 mil casos entre 2023 e 2024.

“Sabemos que ainda existem problemas, mas é incontestável que estamos no melhor caminho. E é inegável, o Rio Grande do Sul é um Estado mais seguro e a gente vai seguir nessa toada para garantir um Rio Grande próspero e em paz nas ruas”, disse o governador Eduardo Leite durante a apresentação dos resultados.

 

Mas e como estão os números da região?

Em um levantamento regional, foram levantados os dados dos últimos cinco anos nas três maiores cidades da região: Canoas, que possui 347.657 habitantes conforme o Censo de 2022, Novo Hamburgo, com 227.732 habitantes e São Leopoldo, com 217.410 habitantes. Foram levantados os índices referentes aos crimes de homicídio, feminicídio, latrocínio, roubo e roubo de veículo.

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De modo geral, os números tiveram queda gradual ao longo dos anos, confirmado a mesma tendência vista no Estado, de que 2024 foi o ano com a menor ou uma das menores incidências destas ocorrências.

Quando se fala em roubos e roubos de veículos, as três cidades têm os resultados mais expressivos da avaliação. Os números comprovam.

O registro de roubos em Canoas teve uma queda de 70,75% entre 2020 e 2024. Naquele ano a cidade teve 2.936 casos registrados e o índice foi caindo ano após ano. O ano passado teve o menor índice: 859. Em São Leopoldo a queda enhre os dois períodos foi de 63,18%. Em 2020 foram 1.388 roubos e em 2024, 511. Novo Hamburgo teve uma redução de 53,48% no período de cinco anos. Assim como nas duas cidades, a queda no município hamburguense foi gradual, pois em 2020 foram 1.264 roubos; já 2021 teve 989 casos; 2022 foram 950; 2023 teve 747 roubos e 2024 encerrou com 588.

O roubo de veículos teve o mesmo ritmo. A tendência de queda segue também o ritmo de adoção de estratégias como adoção de videomonitoramento e cercamento eletrônicos das cidades, que teve adesão e investimentos mais frequentes nos últimos anos.

Neste caso, Novo Hamburgo foi destaque com diminuição de 68,34% entre os índices de 2020 e 2024. Em 2020 foram 436 casos; 2021, 232 carros roubados; em 2022, 219 casos; 2023, com 162 e 2024 com 138. Canoas teve diminuição expressiva de 60,62% em relação há cinco anos. Em 2020 eram 436 ocorrências deste tipo, enquanto ano passado foram 152 O único ano que não teve queda em relação ao anterior foi em 2023, quando a cidade teve 282 casos (2022 tinha encerrado com 234). Já São Leopoldo teve redução de 50,86% nos registros de 2020 para 2024. Todos os naos avaliados tiveram diminuição em relação ao anterior. Em 2020 eram 283 casos; em 2021, 234; em 2022, 233; em 2023, 172; e em 2024, 139 roubos de veículos.

Homicídios e latrocínios

Em relação aos homicídios registrados ao longo dos cinco anos avaliados, Novo Hamburgo e São Leopoldo diminuíram o número de vítimas ano após anos. Importante lembrar que este levantamento contabilizou o número de vítimas, quando em relação ao número de casos há diferença, já que há homicídios com mais de uma vítima. 

São Leopoldo e Novo Hamburgo tiveram em 2024 os menores índice de homicídios dos últimos anos. As duas cidades do Vale do Sinos registram menos que 10 homicídios para cada 100 mil habitantes. um índice considerado 

Em 2020, 48 pessoas foram assassinadas em São Leopoldo, número que caiu ano após ano. Em 2021 foram 33 mortes; 2022 registrou 31; 2023 contabilizou 26 vítimas e no ano passado, 17.  Já Novo Hamburgo teve 31 pessoas mortas em 2020; 29 em 2021; 28 em 2022; 26 em 2023; e 18 em 2024.

Canoas viveu um cenário diferente nestes anos. Os assassinatos aumentaram a cada ano entre 2020 e 2023. Em 2024 o número caiu em relação ao ano anterior. Em 2020 foram 53 pessoas assassinadas; foram 58 em 2021; 79 em 2022; 82 em 2023; e 63 em 2024.

O latrocínio, que é o roubo com morte, tem cenários distintos nas três cidades. Um crime menos frequente, mas que costuma causar muita comoção. Canoas teve seis casos neste cinco anos: três em 2020; dois em 2021; e um em 2024. Novo Hamburgo teve quatro casos: em 2024 foram dois registros e 2023 e 2022 com um caso cada. São Leopoldo teve dois casos no período, registrados em 2020 e 2023.

Os números do feminicídio

Os feminicídios consumados ou não,  são um dos mais desafiadores para a segurança pública por ocorrer predominantemente dentro dos lares. Justamente por isso esse tipo de crime tem números que oscilam ano após ano. Para o combate ra este tipo de crime, ações preventivas são a principal estratégia do Estado.

Considerando os totais das três cidades juntas, 2021 foi o ano mais violento contra mulheres: foram oito feminicídios e 22 tentativas de femincídio. O números de mulheres nessas três cidades só ficou atrás de 2024, quando sete mulheres foram assassinadas. O ano passado também teve 16 tentativas de feminicídio registradas.

Detalhando o números de casos de Canoas, apenas um ano não teve feminicídio: 2023. Mas foram nove tentativas. Em 2020 a cidade teve uma morte e sete tentativas; em 2021, quatro mortes e três tentativas; 2022, duas mortes e seis tentativas; em 2024, duas mortes e oito tentativas.

Novo Hamburgo apenas em 2020 não teve assassinato, naquele ano forma nove tentativas. 2021 teve duas mortes e nove tentativas; 2022 duas mortes e 11 tentativas; 2023, uma morte e três tentativas e no ano passado, uma morte e três tentativas.

São Leopoldo viveu seu ano mais violento neste crime no ano passado, com quatro mulheres assassinadas e cinco tentativas. Em 2023 e 2022, aconteceu um assassinato em cada ano, e três e quatro tentativas, respectivamente. Já 2021 foi marcado por 10 tentaivas de assassinato e duas consumadas. 2020 foi marcado por três mortes e três tentativas.

Impacto do programa

O secretário da Segurança Pública, Sandro Caron, enfatizou na apresentação a importância do programa RS Seguro para os resultados relevantes do Estado, especialmente os homicídios. “O combate aos homicídios segue a teoria da dissuasão focada, aplicada nos Estados Unidos, estabelecida em sete ações estratégicas em nível operacional. Essa nova estratégia que vem trazendo quedas recordes só é possível em razão da grande integração que temos hoje no Estado, fruto do Programa RS Seguro.”

Este programa, que inclui os três municípios da região, iniciou em 2019 para traçar estratégias de combate e prevenção à criminalidade, com qualificação no atedimento, investimentos em tecnologia e aparelhamento. As cidades passam pelo monitoramento daGestão de Estatística em Segurança (GESeg), que fornece dados para aprimorar a atividades das equipes de segurança pública. Ao todo são 23 municípios foco das ações, escolhidos em razãos dos índices mais elevados de criminalidade.

Também fazem parte do programa Alvorada, Bento Gonçalves, Cachoeirinha, Capão da Canoa, Caxias do Sul, Cruz Alta, Esteio, Farroupilha, Gravataí, Guaíba, Ijuí,Lajeado, Passo Fundo, Pelotas, Porto Alegre, Rio Grande, Santa Maria, Sapucaia do Sul, Tramandaí e Viamão.

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