Aborígenes usavam “WhatsApp” feito de bastões de madeira

Com gravuras e símbolos, os aborígenes australianos usavam bastões feitos de madeira como uma espécie de “WhatsApp” primitivo, como uma forma de enviar mensagens há mais de 13 mil anos.

Aliás, os bastões de mensagem são um dispositivo de madeira para comunicação pública dos aborígenes australianos com uma história milenar, preservando a cultura mais antiga do mundo – no aspecto contínuo.

No entanto, poucos conseguem entender o significado das mensagens dos bastões de madeira devido à ascensão do alfabeto nos sistemas de escrita, que hoje você usa no WhatsApp (ou para ler este texto). Os bastões de mensagem foram criações de madeira artesanais dos aborígenes cuja função era enviar mensagens em longas distâncias.

Bastões de madeira tinham até áudios do “WhatsApp” nas mensagens 

Entalhes ou pinturas de símbolos nos bastões apresentam significados específicos. Mas esses “textos” tinham um complemento interessante para facilitar a compreensão da mensagem. O mensageiro que entregava o bastão complementava verbalmente a mensagem para garantir a interpretação correta.

Assim como no WhatsApp, a combinação visual de símbolos (os emojis) e a narrativa oral (áudios) eram essenciais para compreender as mensagens dos bastões de madeira dos aborígenes. Além disso, similarmente a outros sistemas pictográficos de escrita, as mensagens dos bastões continham informações complexas e de importância cultural.

Os símbolos podem representar ideias, objetos ou sons, mas seus significados mudam de acordo com a região e o contexto da fala do mensageiro.

Sofisticação no sistema de escrita dos aborígenes australianos

Historicamente, padrões eurocêntricos frequentemente desprezaram sistemas pictográficos, rotulados como inferiores ou “proto-escrita”. Obviamente, esse viés contribuiu para a marginalização dos sistemas e práticas de conhecimento de povos indígenas.

A visão eurocêntrica dos colonizadores ingleses sobre a escrita ser apenas aquela que usa sistemas alfabéticos contribuiu para a desvalorização dos bastões de mensagem. Mas, de acordo com universidades australianas, os bastões de mensagens e outras expressões gráficas dos aborígenes apresentam um sistema sofisticado de comunicação visual. Tal sistema se interliga com as tradições orais.

Acadêmicos como Athena Lee, do Centro de Educação e Pesquisa Indígena Australiana, destaca que esses sistemas de comunicação são “muito importantes e deveriam ser reconhecidos”.

O reconhecimento dos bastões de mensagens como uma forma legítima de escrita não apenas amplia o entendimento sobre o que é a escrita, mas também desafia vieses colonizadores.

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