Solidão e memória: um elo na terceira idade revelado pela ciência; entenda

Estudo buscou entender como a solidão e o isolamento afetam a mente – ridofranz/DepositPhotos

Um estudo inovador da Universidade de Waterloo, no Canadá, trouxe à tona uma descoberta surpreendente: a solidão pesa mais na saúde da memória dos idosos do que o isolamento social propriamente dito.

Durante seis anos, pesquisadores acompanharam quatro grupos de adultos para entender como a solidão e o isolamento afetam a mente.

O resultado? Aqueles que enfrentavam a combinação de solidão e isolamento foram os que apresentaram o maior declínio na memória.

Mas a pesquisa revelou algo ainda mais intrigante. Mesmo entre os que interagiam socialmente, o simples fato de se sentirem solitários já configurava o segundo maior fator de perda de memória. Isso sublinha que o impacto da solidão vai além da ausência de companhia física – ela é uma experiência emocional profunda, com consequências duradouras.

O cérebro sob o peso da solidão

A solidão é uma emoção que pode se manifestar mesmo em meio a um ambiente social vibrante. Seu impacto é poderoso: ela está associada à depressão, ao aumento de hormônios do estresse e a danos à função cognitiva, especialmente à memória. Embora o isolamento social também represente riscos, o estudo revelou que o sentimento de solidão, por si só, é suficiente para comprometer o desempenho cognitivo.

Curiosamente, pessoas que vivem isoladas, mas não se sentem solitárias, apresentaram melhor desempenho mental. Essa resiliência pode estar relacionada ao engajamento em atividades que estimulam o cérebro, como leitura, jogos ou desafios intelectuais, que mantêm a mente ativa e saudável.

Fortalecendo a memória: a chave está na conexão e no estímulo

Preservar a memória é uma jornada que exige esforço contínuo. A plasticidade cerebral – a capacidade de criar novas conexões neurais – pode ser reforçada por experiências variadas, como aprender uma nova habilidade, explorar lugares diferentes ou praticar exercícios físicos. Além disso, manter laços sociais positivos e significativos é um pilar essencial para um cérebro saudável.

O estudo destaca que, embora a interação social seja benéfica, a verdadeira prioridade é evitar a sensação de solidão. Afinal, é esse sentimento que pode se tornar o maior vilão da memória ao longo dos anos. A solução? Cultivar conexões autênticas, abraçar novas experiências e manter a mente sempre ativa.

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