2024 quebra recorde de 2023 como o mais quente dos últimos 100 anos

A história se repetiu em apenas um ano: 2024 foi o ano mais quente dos últimos 100 anos, superando o recorde anterior… de 2023.

Nesta sexta-feira, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) revelou, em uma publicação com um alto grau de alerta, que 2024 foi o ano mais quente da história – e o primeiro a ultrapassar a média de aquecimento 1,5 ºC em relação à era pré-industrial.

Ironicamente, 2024 alcançou uma média de aquecimento de 1,55 ºC, indo na direção contrária da meta do Acordo de Paris para reduzir o aquecimento global.

OMM acerta previsão de 2024 como ano mais quente

O relatório da OMM é calculado usando seis datasets da média da temperatura global, com o período entre 1850 e 1900 sendo a base que determina a era pré-industrial. Várias instituições ao redor do mundo elaboram os datasets, resultando em uma variação no resultado devido às diferentes análises das temperaturas dos oceanos.

Alguns datasets, como o do observatório europeu Copernicus, revelam que 2024 não apenas foi o ano mais quente da história, mas chegou a um aquecimento de 1,6 ºC. Portanto, de acordo com o Copernicus, 2024 quebrou o recorde do ano passado como o ano mais quente (e de lavada), com 0,12º C a mais que a média de 2023, de 1,48º C.

Gráfico com seis datasets usados pela OMM. Imagem: OMM/Divulgação

A organização de pesquisas climáticas Berkeley Earth, da Califórnia, nos EUA, produziu um dataset que mostra uma média ainda maior: 1,62º C.

Por outro lado, a NASA, que publicou seu dataset também nesta sexta-feira (10), é mais cautelosa, revelando que a média anual foi de 1,47º C. No entanto, a NASA afirma que “as temperaturas médias de mais da metade de 2024 superaram o limite de 1,5ºC”.

Além disso, a agência espacial destaca que, com incertezas matemáticas, 2024 pode ter superado o limite pela primeira vez na história.

Com esses dados, a OMM chegou à média de aquecimento de 1,55º C, com uma margem de erro de 0,13º C. A organização constatou que 2024 foi, de fato, o ano mais quente dos últimos 100 anos.

 Recorde de 2024 teve as mesmas influências do ano passado

Assim como em 2023, que perdeu o cinturão em apenas um ano, o recorde de 2024 de ano mais quente se deu pelos mesmos motivos: El Niño extremo e ação do homem. No entanto, a escala e persistência do calor de 2024 chocou muitos especialistas que esperavam uma queda nas temperaturas após o fim do El Niño.

Em vez disso, 2024 continuou quebrando recordes, como em julho, que teve o dia mais quente da história. Além disso, as temperaturas dos oceanos também quebraram recordes, causando um estrago nos ecossistemas marinhos.

No Brasil, as enchentes no Rio Grande do Sul, os incêndios no Pantanal e uma seca histórica que diminuiu os 12 maiores rios do país são alguns dos destaques negativos de 2024.

Algumas menções honrosas ficam para São Paulo, que teve o pior ar do mundo no dia 9 de setembro, Belo Horizonte, com mais de 140 dias sem chuva, e a transformação de biomas, como a Mata Atlântica, que está se tornando árida.

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Nas regiões extremas, tanto as quentes quanto as frias, o ano de 2024 também foi tenebroso. Em Mecca, o calor de 51,8 °C resultou na morte de mais de 900 pessoas durante a peregrinação anual.

Na Antártida, cientistas já estimam quando o gelo do Polo Sul vai derreter, enquanto o Ártico perdeu uma quantidade de gelo que corresponde ao tamanho do estado do Amazonas.

Com esses fatos, não há como discordar de Samantha Burgess, diretora do Departamento de Mudanças Climáticas do Copernicus. Na última quinta-feira (9), Burgess afirmou que “era impossível atingir a meta dos acordos de Paris em 2024”.

Provavelmente, tendo em vista o que está acontecendo na Califórnia neste ano, 2025 seguirá a mesma tendência.

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