Mark Zuckerberg anuncia fim do sistema de fact-checking da Meta!

Mark Zuckerberg anunciou que o sistema de checagem de fatos da Meta chegou ao fim.

O fundador da Meta, Mark Zuckerberg, anunciou mudanças importantes nas políticas de moderação das redes sociais da mesma. Nesse sentido, o sistema de verificação de fatos, que contava com parcerias externas e equipes internas, está sendo encerrado. Tal postura tem diversas motivações, causou diferentes reações e possui algumas possíveis consequências.

Então, neste texto, iremos entender o que foi anunciado e também os motivos que ele usou para justificar essa decisão. Além disso, exploraremos algumas reações ao movimento da Meta, bem como discutiremos se ele tem a ver com a aproximação de Mark Zuckerberg e Donald Trump.

Entenda o que foi anunciado por Mark Zuckerberg

Mark Zuckerberg anunciou, em vídeo no Instagram, que a Meta está descontinuando suas parcerias com organizações de verificação de fatos que auxiliavam na moderação de conteúdo.

Tais colaborações, que antes contribuíram para identificar desinformação nas plataformas, agora darão lugar a um sistema focado em violações de alta gravidade. Em paralelo, a equipe interna dedicada a essa função também será desfeita.

Ou seja, ao invés de moderar todas as violações das políticas do Facebook e do Instagram, os filtros de verificação passarão a combater prioritariamente conteúdos que sejam ilegais e de alta gravidade.

Para casos considerados menos graves, a Meta dependerá das denúncias que usuários irão fazer antes de tomar qualquer ação. Juntamente com isso, os próprios usuários poderão adicionar correções aos posts, complementando o conteúdo de modo semelhante às “notas da comunidade” do X (antigo Twitter).

Adicionalmente, outra mudança significativa diz respeito ao tipo de conteúdo que as plataformas recomendarão. Em outras palavras, postagens relacionadas à política irão voltar a ser promovidas nos feeds dos usuários, algo que havia sido limitado anteriormente.

Da mesma forma, a equipe de “confiança, segurança e moderação de conteúdo” será transferida da Califórnia para o Texas. Isso irá centralizar a revisão de postagens feitas nos Estados Unidos.

Por fim, ainda no mesmo anúncio, Zuckerberg comunicou uma alteração na política contra discurso de ódio. As plataformas da Meta agora permitem que orientações sexuais e questões de gênero sejam associadas a doenças mentais, algo que era estritamente proibido antes.

Motivos que justificaram essa decisão

Mark Zuckerberg justificou a decisão afirmando que o programa de verificação de fatos, originalmente criado para promover inclusão e diversidade de opiniões, acabou sendo utilizado de maneira contrária ao seu propósito inicial.

Sendo assim, em seu discurso, ele mencionou que o sistema foi “longe demais”, com pessoas empregando o mesmo para, segundo ele, silenciar opiniões e excluir indivíduos com ideias divergentes.

De acordo com a Meta, as novas diretrizes buscam ampliar a liberdade de expressão e reduzir restrições sobre tópicos considerados relevantes para a sociedade. Nesse sentido, a empresa defende que o novo foco (a moderação de conteúdos ilegais e de alta gravidade) irá trazer mais eficiência e precisão na análise de publicações.

Paralelamente, Zuckerberg destacou que a eliminação das parcerias de verificação de fatos permitirá que os próprios usuários desempenhem um papel mais ativo na identificação de desinformação.

Através de complementos de conteúdo, como ocorre no X, as pessoas poderão corrigir informações diretamente nos posts. Isso, conforme a Meta, criará um ambiente mais democrático para debates e trocas de ideias.

Finalmente, a Meta também argumentou que essas mudanças refletem uma adaptação às necessidades atuais das plataformas, priorizando questões críticas e reduzindo a intervenção em tópicos de menor relevância. Assim, haverá um ajuste dos filtros de verificação para se tornarem mais eficazes, evitando ações desnecessárias sobre conteúdos que não apresentem riscos significativos.

A Meta justifica o fim do sistema de fact-checking como um processo a favor da liberdade de expressão.
A Meta justifica o fim do sistema de fact-checking como um processo a favor da liberdade de expressão. | Foto: DALL-E 3

Reações a essa decisão

O anúncio de Mark Zuckerberg foi responsável por provocar uma onda de reações, tanto de apoio quanto de críticas ao mesmo. Por um lado, Elon Musk e Linda Yaccarino, do X, elogiaram a medida, considerando-a um avanço para a liberdade de expressão. Do mesmo modo, Donald Trump também celebrou a decisão, pois ela se alinha com seus valores.

No entanto, os parceiros de verificação de fatos da Meta demonstraram insatisfação. Dessa forma, Jesse Stiller, da empresa Check Your Fact, disse que a mudança foi inesperada e classificou a decisão como um “choque”. 

Já no Brasil, João Brant, da Secretaria de Comunicação Social, criticou duramente o discurso de Mark Zuckerberg. De acordo com ele, a referência a “tribunais secretos” no discurso do co-fundador da Meta foi uma alusão ao Supremo Tribunal Federal (STF), que em algumas ocasiões ordenou a retirada de conteúdos das plataformas.

Brant também afirmou que a decisão faz parte de uma estratégia da Meta com o intuito de se alinhar ao governo dos Estados Unidos, em oposição a iniciativas regulatórias de outros países, como por exemplo alguns da Europa e o próprio Brasil. Por último, ele destacou que as mudanças reforçam a importância das ações em curso nesses locais para proteger direitos no ambiente digital.

Esse contexto tem a ver com a aproximação de Mark Zuckerberg e Donald Trump?

O anúncio do fim do sistema de fact-checking da Meta não está desvinculado do contexto político. Nos últimos meses, Mark Zuckerberg demonstrou aproximação com Donald Trump e sua equipe. Da mesma maneira, durante o anúncio, ele expressou entusiasmo com a perspectiva de colaborar com o próximo governo estadunidense.

Em tal sentido, no mês de dezembro de 2024, a Meta fez uma doação de US$1 milhão para a posse de Trump, dias após um encontro entre Zuckerberg e o presidente eleito dos EUA. Juntamente com isso, a nomeação de Dana White, um defensor notável do presidente eleito, para o conselho administrativo da Meta reforça essa proximidade.

Paralelamente, outras empresas de tecnologia, como Amazon e Apple, também estão estreitando laços com o novo governo. Assim, tais ações sugerem que a Meta busca se posicionar estrategicamente em um cenário político que pode impactar diretamente as regulações globais sobre plataformas digitais.

Em suma, as mudanças que Mark Zuckerberg anunciou não apenas alteram a moderação de conteúdo, mas também refletem o posicionamento da empresa frente a pressões externas. O impacto dessas decisões ainda será analisado, mas é certo que elas moldaram o futuro da liberdade de expressão nas redes sociais.

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