BOLO ENVENENADO: Dose altíssima de arsênico entrou na receita misturado na farinha; veja o que dizem peritos

Um saco de farinha contaminado com alta concentração de arsênico direcionou a Polícia à solução do misterioso caso envolvendo um bolo envenenado, em Torres, às vésperas do Natal.

Diretora do IGP, Marguet Inês Hoffmann Mittmann esclareceu sobre a farinha encontrada com arsênico na casa de dona Zeli



Diretora do IGP, Marguet Inês Hoffmann Mittmann esclareceu sobre a farinha encontrada com arsênico na casa de dona Zeli

Foto: POLÍCIA CIVIL/REPRODUÇÃO

A Polícia Civil e o Instituto-Geral de Perícias (IGP) organizaram uma coletiva, na manhã desta segunda-feira (6), para esclarecer alguns pontos que culminaram na prisão temporária de uma suspeita do crime.

CLLIQUE PARA LER: Como estão o menino e a mulher que comeram a sobremesa em Torres

A prisão da mulher que teria matado três pessoas da mesma família ocorreu no domingo (5) por um triplo homicídio duplamente qualificado, além de outras três tentativas de assassinato cometidas dois dias antes do Natal.

Bolo feito por Zeli tinha alta concentração de arsênico



Bolo feito por Zeli tinha alta concentração de arsênico

Foto: REPRODUÇÃO

Durante a coletiva, a diretora-geral do IGP, Marguet Inês Hoffmann Mittmann, esclareceu que inicialmente os peritos encontraram alta concentração de arsênico no sangue, na urina e estômago de três vítimas: Maida Berenice Flores da Silva, 58 anos, Tatiana Denize Silva dos Santos, de 43, e Neuza Denize da Silva dos Anjos, 65.

LEIA TAMBÉM: Entenda o papel do arsênico no caso do bolo suspeito que causou a morte de 3 pessoas da mesma família

“Somente em uma das vítimas, encontramos uma concentração de arsênico que seria 350 vezes maior que uma quantidade que poderia ser absorvida por uma pessoa”, informou. “Percebemos que era impossível se tratar de um caso de intoxicação alimentar.”

Posteriormente a isso, os testes revelaram alta concentração do veneno também no bolo servido a seis dos sete familiares que se encontraram no apartamento em Torres na fatídica confraternização organizada no dia 23 de dezembro.

“A concentração de arsênico era altíssima no bolo”, aponta. “Não havia forma de ser alguma contaminação natural por algum ingrediente usado no bolo. Era certeza que o arsênico entrou na receita de alguma forma.”

A apuração levou a testes de, pelo menos, 89 amostras de produtos coletados na casa, em Arroio do Sal, onde o bolo foi confeccionado. Foi uma amostra que revelou a presença do veneno misturado na farinha.

“A concentração de arsênico encontrada na farinha era 2.700 vezes maior que aquela concentração que havia sido averiguada na análise que fizemos do bolo. A farinha que estava na casa da dona Zeli [dos Anjos], portanto, estava por trás do envenenamento.”

A delegada Sabrina Deffente destacou que, apesar da prisão da suspeita, a investigação continua e novos detalhes serão divulgados em breve



A delegada Sabrina Deffente destacou que, apesar da prisão da suspeita, a investigação continua e novos detalhes serão divulgados em breve

Foto: REPRODUÇÃO/POLÍCIA CIVIL

 

Entenda o caso

O caso do bolo envenenado veio à tona no dia 23 de dezembro de 2024, quando seis pessoas de uma mesma família buscarem atendimento médico após consumirem o doce durante uma confraternização, em um apartamento, em Torres.

Três morreram: Neuza Denize Silva dos Anjos, 65 anos, e Maida Berenice Flores da Silva, 58, Tatiana Denize Silva dos Anjos, 43 anos, filha de Neuza. Zeli dos Anjos permanece internada em quadro estável. Já o neto dela de 10 anos foi liberado na semana passada.

Um homem foi liberado após atendimento médico ainda na data do envenenamento.

A sobremesa havia sido preparada para uma confraternização em família por Zeli, na casa em que vive, em Arroio do Sal, no litoral norte. Todos que consumiram o doce, passaram mal pouco tempo depois.

Inicialmente, a Polícia Civil trabalhava com duas hipóteses: de envenenamento e de intoxicação alimentar. A segunda hipótese, entretanto, foi eliminada ao verificar as análises preliminares, que apontaram para a presença de arsênico no bolo.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.