Restauro do Moinho Collet deve avançar neste ano; saiba detalhes

Mais de 170 anos de história, resistindo a diversas enchentes e sendo uma das referências do comércio e produção de farinha de trigo, beneficiamento de arroz e extração de óleo de amendoim para Dois Irmãos e região. Isso é apenas uma fração da história do Moinho Collet, construído em 1854 e que, ainda em 2024, recebeu confirmação de recursos por parte do governo estadual para uma restauração completa.

Moinho Collet, um marco da história de Dois Irmãos | abc+



Moinho Collet, um marco da história de Dois Irmãos

Foto: Weslei Fillmann/Especial

São R$ 1.848.922,35 que serão empregados na primeira etapa da obra, que envolve ações emergenciais, para garantir a sustentação do prédio histórico.

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Desde 2003, o moinho, que foi adquirido em 2021 pelo município, é tombado como patrimônio cultural de Dois Irmãos. Neste período, foram ampliados os movimentos para que ele fosse restaurado e reaberto para a comunidade do Vale do Sinos. Ainda em 2024, o governo estadual abriu um edital, no valor de R$ 20 milhões, destinado ao reparo de edifícios tombados que foram atingidos pelas enchentes de maio.

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Moinho Collet, um marco da história de Dois Irmãos

Foto: Weslei Fillmann/Especial

De acordo com Elisandra Bremm, chefe do Departamento de Cultura de Dois Irmãos, por estar ao lado do Arroio Feitoria, o Moinho Collet foi danificado e, por isso, entrou na lista prioritária para destinação dos recursos estaduais.

“A gente ficou muito feliz pelo Estado ter dado essa possibilidade, que é ter aberto o edital, ter essa sensibilidade com os bens históricos. Nós vemos que a Secretaria Estadual de Cultura está com o olhar voltado à preservação”, destaca Elisandra.

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Atualmente, o principal problema na gradual degradação do Moinho Collet é a sustentação do prédio. O vice-prefeito de Dois Irmãos, Juarez Stein, destaca que a primeira ação é a retirada de estruturas temporárias que mantêm as paredes no lugar.

“(Precisamos fazer) a estabilização do prédio. Tirar as amarras, que já estão lá (no terceiro piso) há mais de 20 anos”. A expectativa é de iniciar as obras no segundo semestre de 2025.

Empresa possui outros projetos na região

A Simples Assim está à frente das ações que vão possibilitar, por meio da obtenção de recursos do Estado e entidades privadas, o restauro de alguns edifícios tombados no Vale do Sinos.

Além do Moinho Collet, em Dois Irmãos, há também o projeto de restauro do Templo da Comunidade da Trindade da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, em Campo Bom, a Sociedade Concórdia, em Ivoti, e o Museu Histórico de Campo Bom.

Família Collet valoriza a iniciativa para preservação do espaço

“Nós temos o sonho de ver isso restaurado”. Essas palavras são de Guilherme Collet, descendente daqueles que cuidaram e ampliaram as atividades do Moinho Collet, durante os 121 anos que permaneceu sob posse da família. “Acho que é um marco da cultura alemã, de todo o processo de imigração. É uma obra que contém muita engenharia envolvida. Do lado de fora, o que se vê, é a parte arquitetônica, mas o maquinário lá dentro é muito importante. Por exemplo, a extração do óleo de amendoim, a frio, parece que só existe mais um no Rio Grande do Sul”, comenta Guilherme.

Logo ao lado do Arroio Feitoria, cujas águas moveram o moinho até 1992, Nelson Collet, irmão de Guilherme, comanda um ateliê de calçados. Durante sete anos, entre 1985, ano de falecimento de seu pai, Guilherme Emílio Collet, até o fim das operações, comandou o funcionamento do prédio. “O moinho estava na família desde 1901. A gente procurou preservar da melhor maneira possível. Esperamos que, após a construção da ponte nova (ao lado do moinho), possa ser dado início às obras no moinho.”

O projeto arquitetônico é de autoria de Edgar Bittencourt da Luz, responsável inclusive pelo projeto da primeira tentativa de restauro, na ocasião em que o edifício havia sido tombado,
há 20 anos.

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