“É triste ver como terminou”: Vizinho descreve momentos antes de homem em surto ser contido a tiros pela BM

A tranquilidade dos moradores da Rua Alberto Lindner, no bairro Vila Nova, em Novo Hamburgo, foi interrompida na madrugada da última quarta-feira (1º), após um homem em surto ser morto a tiros ao atacar policiais militares com um espeto e um pé de cabra.

Caso aconteceu no final da Rua Alberto Lindner, no bairro Vila Nova, em Novo Hamburgo | abc+



Caso aconteceu no final da Rua Alberto Lindner, no bairro Vila Nova, em Novo Hamburgo

Foto: Isaías Rheinheimer/GES-Especial

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Já passava das 3 horas quando os moradores da rua sem saída, que já dormiam após a virada do ano, foram despertados por gritos e barulhos de pauladas provocados pelo motoboy André Luis Ramos Pereira, 44 anos. Em surto psicótico, Pereira alucinava, acreditando que sua casa estava sendo invadida por criminosos.

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O aposentado José Hilário Moraes, 69, foi o primeiro e único vizinho a sair à rua para entender o que estava acontecendo. Ele se deparou com Pereira, que conhecia desde criança, em estado de surto. “Quando percebi que ele estava alucinando e sozinho em casa, me aproximei e conversei com ele. Mas o André estava transtornado, insistindo que estavam tentando invadir sua casa”, relembra.

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Pouco depois, o irmão de Pereira chegou ao local. Ao se deparar com o estado do motoboy, decidiu chamar ajuda. Ele acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que, em situações como essa, só atua acompanhado da Brigada Militar devido aos riscos envolvidos.

Antes de atirar com pistola, brigadiano tentou usar arma de choque

Quando os policiais militares chegaram, tentaram interagir com o morador, que permaneceu recluso na casa da irmã, localizada nos fundos do terreno. O aposentado que testemunhou a ocorrência relata que ouviu os policiais tentando convencer Pereira a se entregar. “Eu escutei um policial dizendo: ‘A gente quer conversar contigo, quer te ajudar. O Samu está aqui e quer te atender, nós somos teus amigos’”, conta Moraes.

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As tentativas de diálogo, no entanto, foram infrutíferas. Quando os policiais entraram no imóvel, foram surpreendidos pelo homem em surto, armado com um espeto e um pé de cabra. A primeira reação dos policiais foi tentar contê-lo usando a arma de choque, mas o resultado não foi o esperado. “O policial tentou imobilizá-lo com a taser, mas a arma não respondeu. Parece que o choque deixou ele [Pereira] ainda mais transtornado, mais agressivo”, avalia o vizinho.

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Diante da situação, o policial fez uso da pistola, que resultou no desfecho trágico. Pereira foi atingido por um disparo na altura do peito. Apesar de socorrido com vida pela equipe do Samu, ele não resistiu e morreu antes de chegar ao Hospital Municipal de Novo Hamburgo. O óbito foi confirmado por volta das 5 horas.

“O irmão fez o que deveria fazer”

Após o fato, o vizinho acolheu o irmão de Moraes, que estava perplexo e se sentindo culpado por ter acionado o Samu. “O irmão do André fez o que deveria fazer: chamou ajuda. Ele não tem qualquer culpa pelo desfecho dessa ocorrência”, opina Moraes.

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A tragédia abalou os moradores da rua. “O André era um guri bom, sempre trabalhou. É triste ver como terminou”, lamenta Moraes. O sepultamento de Pereira está previsto para a tarde desta quinta-feira (2), no Cemitério Jardim da Memória, em Novo Hamburgo.

Ele morava sozinho em uma casa no mesmo terreno onde vivem a irmã e o irmão que acionou ajuda. O pai dele é morador de Estância Velha, mas estava visitando parentes no interior do Estado. A mãe do motoboy já era falecida.

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