EUA vão construir novo “avião do Juízo Final” bilionário

Com a escalada da Segunda Guerra Fria nos últimos dois anos, além da necessidade de aprimorar tecnologias militares, os EUA fecharam um acordo bilionário para construir o novo “avião do Juízo Final”.

Em 2019, a Força Aérea dos EUA lançou o programa SAOC, para construir o substituto do “avião do Juízo Final”. Em abril deste ano, os EUA revelaram a empresa que vai construir o novo “avião do Juízo Final” e, surpreendentemente, não será a Boeing.

O processo de licitação incluia a Boeing e apenas outra empresa, a Sierra Nevada. A Sierra Nevada firmou o acordo com os EUA, no valor de US$ 13,1 bilhões, para construir a nova aeronave.

Avião do Juízo Final

A partir do final dos anos 1970 e início dos anos 1980, tanto os EUA quanto a União Soviética começaram a construir equipamentos e armas militares que ganharam apelidos como “avião do Juízo Final”, “míssil do Juízo Final” e outros termos em alusão à destruição global por armas nucleares. 

No período, sobretudo na década 1980, o mundo vivia a ansiedade nuclear, quando o ponteiro do relógio do Juízo Final chegou a marcar 3 minutos para o fim do mundo. 

Em 1973, os EUA fecharam um contrato com a Boeing para construir o “avião do Juízo Final”, modificando o Boeing 747-200B, que se tornou o E-4, em uso até hoje.

O atual “avião do Juízo Final” dos EUA. Imagem: USAF/Divulgação

No entanto, a Boeing parou de fabricar a aeronave no ano passado, coincidentemente quando o relógio do Juízo Final marcou 90 segundos.

Além disso, os EUA já planejavam construir um novo “avião do Juízo Final” desde os anos 2000, tendo em vista a idade das quatro aeronaves que faziam parte da frota E-4.

Como será o novo “avião do Juízo Final” dos EUA

Os “Aviões do Juízo Final” são desenvolvidos para servir como centros de comando no ar quando há destruição em massa na Terra, nuclear ou não.

Desse modo, a Sierra Nevada comprou cinco aeronaves do modelo Boeing 747-8, a maior variante da série 747, para construir uma versão mais moderna do “avião do Juízo Final”.

Durante uma emergência nacional, as aeronaves serão, essencialmente, uma versão do Pentágono no céu. Em um cenário catastrófico, o avião abrigará o presidente e o Secretário de Defesa dos EUA, os chefes do Departamento de Defesa e mais 100 pessoas que vão efetuar operações militares ao redor do mundo durante o “Juízo Final”.

Desse modo, o avião resistirá a efeitos de pulsos eletromagnéticos e terá blindagem térmica contra explosões nucleares. Além disso, a aeronave terá um sistema de comunicação via satélite em caso da destruição de eletrônicos por pulsos eletromagnéticos.

Veja o interior do atual “avião do Juízo Final”:

Como a Sierra Nevada superou a Boeing

Até pouco tempo, a Sierra Nevada ocupava a segunda prateleira da indústria de defesa aeroespacial, longe das gigantes como Lockheed Martin, Northrop Grumman e Boeing.

Em termos de receita, a Boeing é 30 vezes maior que a Sierra Nevada. Por isso, a empresa precisou ser mais flexível para ganhar o contrato para construir o “avião do Juízo Final”.

A Força Aérea dos EUA elaborou um contrato com modificações técnicas desafiadoras para construir o “avião do Juízo Final”, além de valorizar quem aceitasse cobrar menos.

A Boeing abandonou a licitação por discordar do contrato e a Sierra Nevada aceitou realizar parte do projeto por um preço estabelecido. Ou seja, caso precise ampliar o orçamento, o dinheiro sairá do bolso da empresa.

Pode ser um risco se compararmos com a mesma ação da Boeing para construir os próximos aviões presidenciais dos EUA, mas o contrato do “avião do Juízo Final” limita esse preço fixo apenas para a fase de produção.

Portanto, nas etapas mais avançadas de desenvolvimento, os EUA ficam a cargo de cobrir qualquer gasto a mais.

No entanto, após vencer a licitação, a Sierra Nevada anunciou que o projeto terá a colaboração de seis empresas, incluindo Rolls-Royce, GE Aerospace e Lockheed Martin.

Os detalhes do projeto estão em completo sigilo, mas a previsão de lançamento do primeiro “Avião do Juízo Final” da nova frota é para 2036.

Por fim, vale ressaltar que não são apenas os EUA que vão construir um novo “avião do Juízo Final”. Em 2022, a Rússia anunciou que também substituirá seu “avião do Juízo Final”, destacando ainda mais a escalada das tensões entre as nações.

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