Apostadores falam sobre sonho de embolsar os R$ 600 milhões da Mega

Largar o emprego para viajar, juntar toda família em uma “humilde mansão” e até mesmo comprar um time de futebol para competir pela sua cidade. São muitos os sonhos daqueles que vão às lotéricas, na esperança de acertar os seis números da Mega-Sena da Virada, que promete um prêmio de pelo menos R$ 600 milhões.

Dono de uma lanchonete na área central de Brasília, Enock Góes, de 70 anos, diz nunca ter ouvido a música Money da banda inglesa Pink Floyd. Mas, com o dinheiro do prêmio nas mãos, faria o mesmo que é descrito, de forma irônica, na letra da música. “Meu sonho é comprar um time de futebol, para jogar pela minha cidade”, disse o candidato a cartola.

Enock é natural da cidade baiana de Conde, localizada no sul da Bahia, próxima à divisa com Sergipe. “Sou torcedor do Bahia, mas a minha vontade é a de montar um time para competir contra o time do meu coração”, acrescenta.

O baiano Enock José Alves Góes sonha em comprar um time de futebol em sua terra natal – Joédson Alves/Agência Brasil

Ele diz conhecer toda a região de sua cidade natal. Em especial, os torneios com muitos jogadores amadores bastante habilidosos. “Já vi muitos talentos não aproveitados, por falta de alguém para investir. É o que quero fazer com o dinheiro do prêmio”, acrescentou o ex-jogador de futebol amador que, por ser ambidestro e campeão de 100 metros rasos, se destacava jogando pelas duas pontas do campo.

O baiano estima que a montagem desse time sairia por cerca de R$ 10 milhões. O restante seria investido na compra de imóveis, de forma a garantir renda para ele, a esposa e os três filhos.

Além de vitórias em campo, Enock já ganhou, também, nos jogos da loteria. “Jogo sempre, tanto em bolões como individualmente. Inclusive já ganhei duas quadras e oito ternos na Quina”, conta. Com o valor recebido, investiu em uma distribuidora de charutos e em um restaurante.

“Desta vez, a primeira coisa que farei será levar a patroa à Costa do Sauípe e enchê-la de pulseiras e brincos de ouro. Ela adora isso. É minha companheira há mais de 40 anos. Somos da mesma cidade, e é para lá que voltaremos”, complementou.

“Humilde mansão”

Salomão Barros pretende ajudar toda família e doar seus negócios, se ganhar o prêmio – Joédson Alves/Agência Brasil

Salomão Barros, de 57 anos, também já teve sorte no jogo. Chegou a ganhar uma quadra e a fazer vários ternos. O último prêmio recebido chegou a R$ 4 mil. “Como estou sempre jogando, obviamente já gastei mais do que recebi”, disse o comerciante, que costuma gastar entre R$ 70 e R$ 80 a cada sorteio.

Ele diz que, apesar de jogar na sorte, não é muito supersticioso com números. “A escolha é sempre pelo computador da lotérica mesmo”. Caso tenha a grande sorte, pretende aplicar o dinheiro para viver de renda, e diz que doará, a amigos, a revistaria que tem, também na área central de Brasília.

A renda a ser obtida com os investimentos será repartida com seus seis filhos. Ele diz que comprará, também, uma “humilde mansão” onde caibam não apenas os filhos, mas também sua atual e as ex-esposas. “Somos todos amigos. Não haverá problema. É que eu não quero deixar ninguém de fora”, justifica.

O advogado Waldisley da Silva, de 34 anos, conta que também tem sorte nas apostas de loteria, mesmo não jogando de forma rotineira. “Jogo apenas vez por outra, mas já ganhei uma quina na Mega da Virada, em 2013. Recebi cerca de R$ 20 mil.”

O advogado Valdisley da Silva, que sonha com uma humilde mansão: “o céu é o limite” – Joédson Alves/Agência Brasil

Ele diz que teria até dificuldades para decidir o que fazer, caso ganhe os R$ 600 milhões do prêmio a ser sorteado no dia 31 de dezembro de 2024. “Ave Maria… com esse dinheiro dá para fazer coisas demais. O céu é o limite. Para começar, vou viajar para muitos países e curtir a vida com meu casal de filhos e com minha esposa.”

“Isso é dinheiro suficiente para comprar minha tranquilidade e fazer o que bem entender”, acrescentou. Waldisley pretende, também, reformar a casa e largar a advocacia. “Nunca mais vou querer ver trabalho pela minha frente”.

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