Canoenses aproveitam último sábado do ano na Feira Orgânica da Inconfidência

Tem verduras, legumes, frutas, queijos, pães, massas, plantas e tudo mais que uma feira em uma das avenidas mais movimentadas de Canoas pode ter. A Feira Orgânica da Inconfidência, localizada na via homônima, no bairro Marechal Rondon, reúne uma variedade de produtos orgânicos, coloniais e feitos a mão para quem vai sempre ou pela primeira vez.

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Feira Orgânica da Inconfidência reúne canoenses às quartas e aos sábados



Feira Orgânica da Inconfidência reúne canoenses às quartas e aos sábados

Foto: Nicole Goulart/Especial

Na banca do agricultor Olair Nunes, 65 anos, tem hortifrutigranjeiros cultivados em seu terreno em Nova Santa Rita, município vizinho de Canoas. Aos sábados e quartas-feiras, são vendidos milho, vagem, tomate, berinjela, pepino, brócolis, alface, couve e couve-flor. “Também vendo moranguinho quando está na época”, comenta.

Acompanhado da esposa, Maria Gorete Meneses Argolo Nunes, 63, o agricultor se orgulha de trabalhar com a terra e de ter a família junto. “Nós vivemos disso, nós sobrevivemos da agricultura. Trazer o produto sem agrotóxico, orgânico com certificado é muito importante. É gratificante ter esse espaço. É a família que planta, colhe e vende. Não temos atravessadores. Meus filhos e netos trabalham comigo”, afirma.

E não é só o trabalho que passa de geração em geração. Os clientes também cultivam o hábito de trazer a família para comprar e consumir. A mãe Jenifer Monguilhott, 50 anos, a filha Sara, 27, e o cachorrinho Bud foram para casa com sacolas cheias de verduras e temperos. “Temos o costume de vim sim. Os produtos são orgânicos e também para dar apoio aos produtores”, destaca Jenifer.

Parada obrigatória

Não é possível ir na feira e não tomar um caldo de cana. “Não pode faltar porque é maravilhoso”, ressalta Sara. A cana é passada na moenda na hora pelo Darcy Zatti, 68 anos. Se o cliente quiser, é possível adicionar limão e muito gelo.

O agricultor está na feira há 10 anos, mas não é a única da qual participa. Sua banca pode ser encontrada também na Avenida Açucena, aos domingos, e na ExpoInter uma vez por ano. “O meu forte é o caldo de cana. E por incrível que pareça, tenho clientes fiéis. Posso sair de casa contando com aquele dinheirinho”, conta.

Uma delas é a aposentada Nelzi Seidel, 75 anos. “Todo sábado eu bato ponto aqui. Enquanto tiver, estarei vindo. E ele já sabe como eu quero: com limão e gelinho”, brinca. O caldo de cana precisa ser acompanhado do pastel, que só retorna à feira em janeiro. “Eu já deixei de tomar café só para vir aqui comer o pastel e tomar o caldo de cana. E eu tomo o caldo porque tenho plaquetas baixas e isso é bom para isso”, conta Nelzi.

Se engana quem pensa que é a feira é só produtos expostos em bancas. Também tem muita conversa. Seu Darcy, como é chamado por todos, conta a uma das clientes que já morou na Argentina e que passou por diversos assentamentos, antes de se estabelecer em Nova Santa Rita. Comentários sobre o futebol e o noticiário também são assuntos, dependendo do cliente. 

25 anos

E haja assunto para quem está há 25 anos na feira, ou seja, desde o início. “7 de agosto de 1999”, responde rápido o vendedor Natalício Pereira, 67, sobre a data de inauguração da feira. “Estou desde o começo. Deu um trabalho danado”, relembra. Responsável pela banca dos queijos e embutidos, como linguiças, salames e copas, Natalício explica os produtos para os clientes. 

Na sua banca, são comercializados produtos de produção familiar, acompanhados pela Emater. “Nós nos acostumamos. São 25 anos e os clientes já viram amizades. Mas temos que manter a qualidade também”, ressalta.

As bancas do Olair, Darcy e Natalício, além de muitas outras que compõem a Feira Orgânica Da Inconfidência podem ser apreciadas aos sábados, das 7 às 12 horas, e às quartas-feiras, das 13 às 18 horas. 

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