Rio Branco 142: Capital do Acre celebra aniversário com hino oficial pela 1ª vez na história; conheça os compositores


Hino da capital acreana foi escolhido em um concurso em novembro deste ano. Paulo Arantes, Graça Gomes e Chico Chagas são os compositores da canção. Conheça o hino oficial de Rio Branco (AC)
Seringueiros vão à guerra
Brasileiros com armas na mão
Rio Branco! Nossa terra!
Um sagrado pedaço de chão!”
Rio Branco chega aos 142 anos neste sábado (28) celebrando um marco em sua história. Pela primeira vez, a capital do Acre tem um hino oficial para entoar. Em 2022, o g1 contou a história por trás do brasão da bandeira e revelou a ausência do hino.
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Até aquela época, ou seja, durante 140 anos, o hino atribuído à cidade era, na verdade, uma música em comemoração ao centenário da colonização do Acre. Em julho de 2022, foi publicada a lei de criação do hino oficial da capital acreana e lançado o concurso para escolha a canção.
O desafio reuniu compositores e músicos de diversas gerações em um único propósito: transformar elementos históricos, a luta pela independência, a Amazônia e todo encanto e hospitalidade do povo riobranquense em canção.
Criadores do novo hino de Rio Branco
Evandro Derze/Assecom
Os vencedores do concurso foram escolhidos em novembro, em um evento no Centro de Rio Branco. A canção vencedora foi composta pelo casal Paulo Arantes e Graça Gomes, do Coral Rio Branco, e Chico Chagas, irmão de Graça. O trio ganhou um prêmio de R$ 12 mil em novembro deste ano.
Paulo Arantes é dentista aposentado e compositor de mais 40 músicas aos longo dos 71 anos. Graça, de 56 anos, é professora, cantora e compositora.
Graça escreveu o refrão, Chico a melodia e Paulo ficou responsável pelo restante da música. “Minhas músicas, geralmente, falam sobre a Amazônia e o Acre. Logo que soubemos do concurso, fiquei logo entusiasmado e liguei para o Chico, que mora em Goiânia. Ele mandou uma melodia para eu colocar a letra. Acabou que eu e a Graça fizemos a letra”, relembrou Paulo Arantes.
Rio Branco celebra 142 anos
Letra
Um dos desafios do casal era resumir toda história da capital acreana em uma canção em menos de três minutos. O início do hino descreve a capital abraçada pela mata, como uma vila encantada, a vida na floresta, a capital da natureza que nasceu cercada de belezas e que do estado é o coração.
“Rio Branco nasceu embaixo da Gameleira, onde se formou uma vila, e começo o hino com ‘abraçada pela mata, nosso rio viu nascer’, ou seja, o rio é testemunha do nascimento da capital. O apelido da capital é ‘capital da natureza'”, disse.
Todo processo de composição durou cerca de três meses. Paulo contou qual elemento histórico não podia faltar no hino. “A Gameleira. Foi lá que nasceu Rio Branco, é uma árvore, é um bairro e foi lá onde nasceu. Ainda fiquei triste porque tive que tirar um verso que falava sobre a bandeira. Tive que adequar a letra em três minutos”, recordou.
Após terminar a composição, o casal fez uma gravação caseira e enviou para Chico, que contou com a ajuda da esposa especializada em coral para montar a melodia. “Foi uma obra feita a várias mãos. A gente não podia mostrar para ninguém, não podia vazar nas redes sociais que seríamos desclassificados. Teria que ser uma obra inédita do início ao fim”, disse.
Refrão
A compositora Graça Gomes disse que o refrão descreve Rio Branco como o principio da história, inclusive do Estado.
Seringueiros vão à guerra
Brasileiros com armas na mão
Rio Branco! Nossa terra!
Um sagrado pedaço de chão!
Nossa gente mescla as cores
Sempre um povo tão gentil
Um buquê de muitas flores
Aquarela do Brasil
Nós, somos a história lendas, cantos e paixão
Mas, pela sua glória
Rio Branco é inspiração
Hoje é encanto e alegria
Um clarão, na hiléia tropical
Celebração da vida em harmonia
Na Amazônia ocidental
Gameleira é poesia
Viva, símbolo do amor
Toda frondosa é melodia
Num cenário encantador.
“Falamos sobre os seringueiro irem à guerra porque Rio Branco antes do Estado, tudo começou em Rio Branco em 1882, depois é que veio o Acre”, descreveu a compositora.
Apresentação
Para a apresentação na Praça da Revolução, no final do concurso, Graça Gomes contou que o casal reuniu um grupo de oito amigos. “Foi uma coisa maravilhosa, nossa ficha ainda está caindo. Vamos embora, mas nosso nome vai ficar aí para sempre. É uma coisa impagável”, relembrou.
Ela canta desde a infância, participou de festivais, tem quatro CD’s gravados e música trazida até para o inglês. “Compus a música ‘uma noite na cidade’, que está gravada em um dos meus CDs.
Aniversário de 142 anos
A capital acreana foi fundada por Neutel Maia em 28 de dezembro de 1882. Na época, o local rapidamente se tornou um porto comercial e trouxe a urbanização para o seringal. Foi palco das maiores disputas da Revolução Acreana em 1902, na luta por tornar o Acre um território independente.
Entre 1904 e 1912 existiam na região três departamentos: Alto Acre, Alto Purus e Alto Juruá. A partir de 1910, o Alto Juruá foi dividido em dois, o Juruá e Alto Tarauacá. Com isso, cada departamento tinha sua própria capital
Quando o território foi anexado ao Brasil, a cidade mudou de nome para Vila Rio Branco e virou a capital apenas do Departamento do Alto Acre. Na época, Sena Madureira era preparada para ser a capital do estado por conta da localização geográfica. Porém, peso político de Rio Branco falou mais alto e, a partir de 1920, Rio Branco passou a ser a capital do Acre.
Por muito tempo foi comemorado o aniversário da cidade no dia 13 de junho. Isso porque, por muito tempo, se considerou a criação da cidade pela data em que foi criada Penápolis.
Existiam três teorias sobre a data do aniversário da cidade.
Aniversário a partir da criação do seringal Volta da Empreza
7 de setembro de 1904, da criação da Vila Rio Branco
13 de junho de 1909, quando foi criada a cidade de Penápolis.
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