Apple dá três motivos para não criar um buscador rival do Google

A Apple lista três motivos para não investir na criação de um mecanismo próprio de busca na web, que possa concorrer com Google, Bing e outros. De acordo com uma avaliação interna, o alto custo, os riscos e a necessidade de mudar seu modelo de negócios impedem a fabricante do iPhone de entrar neste setor.

Quem diz isso é Eddy Cue, vice-presidente sênior de serviços da Apple. A explicação está em um documento que faz parte do processo do Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ) contra o Google — aquele mesmo que levou um juiz a considerar que o Google é um monopólio. A Reuters encontrou este arquivo e o 9to5Mac listou os motivos.

Buscador próprio é caro e exige recursos

O primeiro motivo apontado por Cue é que a Apple está focada em outras áreas. Desenvolver um motor de busca próprio desviaria investimentos de capital e tempo que atualmente estão alocados em outros projetos, consumindo bilhões de dólares e vários anos de trabalho.

Além disso, Cue considera que o setor de pesquisas online está evoluindo muito rápido, graças às novidades na inteligência artificial. Por isso, entrar neste mercado seria um risco muito grande, com a possibilidade de perder uma quantia enorme de recursos financeiros.

Por fim, a Apple considera que um buscador só seria viável com uma plataforma para vender anúncios segmentados. Cue argumenta que isso não faz parte dos negócios principais da empresa, ainda que ela tenha algumas propagandas direcionadas na App Store e em outros produtos.

Para o vice-presidente, a Apple não tem quantidade suficiente de profissionais especializados nem infraestrutura operacional para entrar neste setor. Além disso, Cue considera que a entrada da companhia no mercado de publicidade direcionada precisaria levar em consideração os “compromissos de longa data [da Apple] com a privacidade”.

Apple já fez algumas tentativas de pesquisa

Já faz algum tempo que o Google está na mira das autoridades, que suspeitam que a empresa tenha práticas monopolísticas, como pagar para que outras companhias configurem o buscador como padrão em seus produtos e serviços.

Um desses contratos é justamente com a Apple. Durante o processo do DOJ, foi revelado que a marca da maçã embolsa US$ 20 bilhões anuais para configurar o Google como padrão no Safari. A Apple, inclusive, pretende defender este acordo no tribunal.

Por isso, já faz algum tempo que um buscador próprio da Apple é especulado — seria uma forma de escapar da fiscalização das autoridades. Em 2020, o Financial Times chegou a noticiar que a empresa estaria construindo uma ferramenta do tipo.

O iOS 14, lançado naquele ano, passou a exibir sugestões de sites no Spotlight. Com essas novas justificativas, parece que a Apple não quer ir muito além disso.

Com informações: 9to5Mac

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