Operação Churrascada: quais eram os códigos para vendas de sentenças por desembargador de SP

A PF (Polícia Federal) iniciou as investigações da Operação Churrascada, na quinta-feira (20), que combate o suposto esquema de venda de decisões judiciais e tem como alvo o desembargador Ivo de Almeida, de 66 anos, que atuava no TJSP (Tribunal de Justiça de São Paulo). A informação é do Metrópoles.

Desembargador Ivo de Almeida é investigado na operação churrascada – Foto: TJSP/Divulgação/ND

O esquema de venda acontecia no gabinete do desembargador Ivo de Almeida, e os suspeitos utilizavam expressões como “churrasco”, “carne” e “picanha” como códigos para que fossem efetuados os pagamentos de propina, segundo repassado pela PF.

Quem são os envolvidos na operação churrascada?

As provas foram encontradas nos celulares dos investigados, entre eles o guarda municipal Wellington Pires, que teria sido alvo de uma operação em 2021, que investigava desvios de hospitais públicos.

Além dele, o advogado Luiz Pires Moraes Neto e Valmi Lacerda Sampaio, morto em 2019, estão envolvidos.

Operação Churrascada: como funcionava?

Valmi anunciava as datas do “churrasco”, que era o código usado para fazer alusão aos plantões judiciários nos quais o desembargador despacharia.

Nas provas foi encontrada a seguinte mensagem entre Valmi e Wellington:

  • “Vamos fazer mais um churrasco no dia 23/08”.
  • Dias depois, Wellington diz: “Eu tô em São Roque e tem uma picanha aí para levar ‘procê’ ver se vai assar ela no dia 23 ou não”.
  • Valmi, então, pede o envio das “folhas” e que “analisasse rápido”.
  • Wellington envia cópias de uma execução de pena de uma mulher condenada a 8 anos de prisão por furto mediante fraude de R$ 3 milhões.

O advogado foi alvo de busca e apreensão por ordem do ministro Og Fernandes do STF (Superior Tribunal de Justiça). Além disso, o desembargador foi afastado do cargo por 1 ano.

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