Pantanal vive um dos momentos mais secos da história do bioma, diz nota técnica


O bioma apresenta o maior índice de raridade de seca, ultrapassando o ano de 2020 – ano considerado o primeiro no ranking de secas. Incêndio no Pantanal
Joédson Alves/Agência Brasil
O Pantanal vive um dos momentos mais secos da história, conforme mostrou uma nota técnica do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LASA-UFRJ), divulgada nesta segunda-feira (24). Mais de 661 mil hectares foram consumidos pelo fogo no bioma neste ano.
De acordo com o Lasa, “o que já está crítico, pode piorar”.
Lasa/Reprodução
O documento reforça a situação crítica que vive o bioma nos últimos meses. A região do Pantanal está sob regime de “seca persistente de intensidade extrema a moderada pelo menos nos últimos 12 meses”. Os fatores que contribuem para as condições críticas do Pantanal são:
Aumento expressivo das temperaturas;
Menos contraste entre o período seco e chuvoso na região.
Mato Grosso do Sul decretou estado de emergência nas cidades atingidas pelos incêndios. Mais de 3 mil focos de incêndio foram registrados no bioma entre 1º de janeiro e 25 de junho deste ano. Ao todo, 661 mil hectares do território pantaneiro foram consumidos pelo fogo em 2024, conforme dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa), da UFRJ.
De acordo com o documento, desde o final de 2023 e início de 2024, a região apresenta o maior índice de “raridade de seca” já registrado desde 1951, ultrapassando o ano de 2020 que até o momento era considerado o primeiro do ranking de secas, considerando a umidade do solo na região.
Mapa feito pelo LASA mostra a condição de seca persistente no Pantanal
LASA/Reprodução
Ainda segundo a nota técnica, “o que já está crítico, pode piorar”, visto que a temperatura do ar próximo à superfície ultrapassará 2°C acima da média e a chuva tem probabilidade entre 60% e 70% de permanecer abaixo da média histórica.
Cenário de destruição
Pantanal está cada vez mais seco e com a biodiversidade ameaçada, dizem novos dados científicos
Jornal Nacional/ Reprodução
O número de focos de incêndios no Pantanal neste ano já supera o registrado no mesmo período de 2020, ano recorde de queimadas em todo o bioma. As queimadas nos seis primeiros meses de 2024 já são maiores em comparação com 2020.
Especialistas explicam que o aumento exponencial dos focos de incêndio no Pantanal ainda em junho é causado pela antecipação da temporada do fogo, que chegaria só entre o fim de julho e agosto.
No bioma presente em Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, as chamas são esperadas anualmente. Entretanto, os eventos climáticos adversos, a seca severa e a estiagem expuseram a planície ao fogo mais cedo em 2024.
Ajuda de brigadistas
O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) confirmou, nesta terça-feira (25), o envio de 80 agentes da Força Nacional para auxiliar no combate aos incêndios que atingem o Pantanal, em Mato Grosso do Sul. Mais de 600 mil hectares foram consumidos pelo fogo no bioma neste ano.
Incêndio na Serra do Amolar, no Pantanal
IHP/Reprodução
Em nota, o MJSP informou que serão utilizados materiais como caminhões de combate a incêndios florestais, abafadores, enxadas, ferramentas de escavação, tochas de incêndio, cortadores de mato, sopradores, facões, tanques flexíveis, drones, geradores de energia, dispositivos GPS, machados, picaretas e medidores de clima, além de Equipamento de Proteção Individual (EPI).
A solicitação foi feita pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), prevista na portaria do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) nº 641/2024.
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