Derretimento do gelo na Antártida pode acordar vulcões adormecidos

O derretimento do gelo na Antártida pode reativar vulcões adormecidos sob a vasta camada de gelo do continente, de acordo com um estudo publicado em dezembro.

A Antártida possui mais de 100 vulcões, cuja maioria fica escondida sob a camada de gelo, sobretudo na costa oeste, dificultando a detecção e pesquisa. Por isso, o estudo realizou quatro mil simulações climáticas para examinar como o derretimento gradual de gelo afeta os vulcões do continente.

De acordo com a pesquisa, o derretimento do gelo alivia a pressão nas rochas abaixo, permitindo a expansão do magma então comprimido. Esse processo aumenta a pressão nas câmaras magmáticas, ocasionando possíveis erupções vulcânicas.

Desse modo, o estudo destaca como o peso da camada de gelo age como uma espécie de cobertura protetora devido à pressão. No entanto, quando o gelo derrete, gases dissolvidos no magma escapam, como se estivesse abrindo uma garrafa de refrigerante.

Essa liberação de gases gera uma pressão na câmara magmática, aumentando as chances de erupções que, apesar de ocorrerem abaixo da superfície, podem ter consequências graves.

No caso da Antártida, os cientistas alertam que esse processo pode acelerar ainda mais o derretimento do gelo, pois mais vulcões em erupção significa mais calor.

De acordo com os cientistas, esse mecanismo de feedback pode operar por séculos. Portanto, os efeitos podem continuar mesmo se a humanidade conseguir reduzir drasticamente as emissões de gases do efeito estufa.

O estudo levanta preocupações sobre a estabilidade da Antártida no longo prazo. E como essa aceleração do derretimento do gelo pelos vulcões aumentaria ainda mais o nível do mar.

Aliás, a camada de gelo do mar da Antártida alcançou um número recorde de derretimento em 2024, preocupando ainda mais os cientistas.

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