Israel diz ter matado líder do Hamas na Cisjordânia em 3º dia de megaoperação


Grupo terrorista Fatah, que comanda território, anunciou retaliação. Segundo a imprensa local, ação de Israel tem como objetivo prender criminosos e destruir estruturas terroristas. A polícia de fronteira israelense matou um comandante sênior do movimento islâmico Hamas na Cisjordânia na sexta-feira, disseram os militares.
Eles disseram que Wassem Hazem, identificado como o comandante do Hamas na volátil cidade de Jenin, foi morto em um carro que, segundo eles, continha armas, munição e grandes quantidades de dinheiro. Dois outros homens armados do Hamas foram mortos por um drone enquanto tentavam escapar do veículo, disse.
Ataques israelenses matam nove palestinos na Cisjordânia.
REUTERS/Raneen Sawafta
Mais de dez meses após o início da guerra na Faixa de Gaza, o Exército de Israel se voltou novamente para a Cisjordânia e iniciou uma grande operação militar no território palestino nesta quarta-feira (28).
Segundo autoridades palestinas, dez pessoas morreram durante as ações, que começaram de madrugada e ainda estava em andamento até a última atualização desta reportagem.
A operação é a maior na Cisjordânia desde o início da guerra em Gaza. A Cisjordânia, que fica entre Israel e a Jordânia, é, junto da Faixa de Gaza, é reivindicada pelos palestinos para a criação de um Estado independente. E era o grande foco das tensões no Oriente Médio antes do início da guerra (Leia mais sobre a Cisjordânia abaixo).
Israel afirmou que a ação busca eliminar focos de terrorismo no território. Militares israelenses fizeram buscas em quatro cidades da Cisjordânia e em três campos de refugiados, que abrigam palestinos deslocados de territórios ocupados por Israel.
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Segundo a rede de TV catari Al Jazeera, houve troca de tiros em um dos campos de refugiados.
O grupo terrorista Hamas informou nesta quarta-feira (28) que 10 integrantes do grupo foram mortos durante a operação israelense.
Em resposta ao ataque, o Fatah — grupo rival ao Hamas e que governa a Cisjordânia — iniciou também uma operação que deve contar com ataques a Israel.
Veículos militares israelenses cercaram o Hospital Especializado Al-Israa e o Hospital Thabet em Tulkarem, na Cisjordânia ocupada —região do território palestino ocupado por israelenses—, e bloquearam a passagem de ambulâncias, segundo a agência de notícias Wafa, ligada à Autoridade Nacional Palestina (ANP).
A operação acontece dois dias após Israel ter realizado um ataque aéreo na Cisjordânia que resultou na morte de cinco pessoas, segundo a Autoridade Nacional Palestina. O Ministério da Saúde palestino informou que dois homens, de 25 e 39 anos, foram mortos por forças israelenses em Jenin.
Apesar de a guerra entre Israel e Hamas acontecer na Faixa de Gaza, desde que o conflito começou também, 640 palestinos foram mortos na Cisjordânia por tropas e colonos israelenses, segundo um balanço realizado pela agência de notícias AFP.
No mesmo período, 19 israelenses foram mortos em ataques palestinos, de acordo com autoridades israelenses.
Cisjordânia
A Cisjordânia é um dos dois territórios palestinos e fica entre Israel e a Jordânia. Junto com a Faixa de Gaza, é reivindicada por palestinos para a criação de um Estado independente.
Com quase o tamanho do Distrito Federal, a Cisjordânia é o maior desses dois territórios e, apesar de militarmente controlada por Israel, cerca de 86% da população local, ou 3 milhões de pessoas, são palestinos, segundo dados de 2021 da Organização das Nações Unidas (ONU).
No plano inicial da ONU de partilha da região entre judeus e palestinos, a Cisjordânia faria parte do Estado Árabe. Mas Israel tomou militarmente a Cisjordânia em 1967, durante a Guerra dos Seis Dias, e construiu na região residências para judeus, concentradas em assentamentos que a ONU e a maioria dos países do mundo consideram ilegais.
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